Preso por suspeita de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, teve uma evolução patrimonial de 2.300% entre 2002 e 2010, conforme o relatório final da Polícia Federal (PF).
Segundo o relatório final da Polícia Federal, a evolução patrimonial, que coincide com seu ingresso na política, saltou de 209 mil reais para 5 milhões de reais no período.
“Domingos Brazão e sua família são o exemplo dos muitos casos de sucesso no cotidiano brasileiro que misturam o ingresso na política com a ascensão patrimonial vertiginosa”, diz a PF.
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Em 2006, Brazão declarou ter crédito da compra de um apartamento, quatro frações de lotes em locais diversos e dois apartamentos, sendo o bem de mais alto valor declarado, uma unidade de R$ 196 mil na avenida Sernambetiba, na Barra da Tijuca.
Já em 2010, ele lista cinco bens imóveis, três terrenos, além de uma casa e um apartamento. O maior valor declarado é referente a um apartamento de R$ 2 milhões na Barra da Tijuca.
O domínio dos Brazão
O relatório da Polícia Federal sobre a morte da vereadora Marielle Franco afirma que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão tinham de tal forma domínio sobre milícias da favela de Rio das Pedras que somente candidatos vinculados aos dois faziam campanha na comunidade.
A PF confirma a influência da família Brazão em áreas dominadas por milicianos no Rio de Janeiro. Poderio esse que foi exaltado por políticos locais como o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o governador fluminense, Cláudio Castro.
A defesa do conselheiro afastado do TCE-RJ nega participação no crime.