A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro informou, nesta quarta-feira (27/03), que entregará eletronicamente, ao Supremo Tribunal Federal (STF), os esclarecimentos pedidos pelo ministro da corte Alexandre de Moraes a respeito das duas noites dormidas pelo ex-mandatário na embaixada da Hungria em Brasília, dias após ter tido o passaporte apreendido em operação da Polícia Federal.
Na segunda-feira (25/03), Moraes havia dado prazo de 48 horas para Bolsonaro se explicar ao Supremo sobre a estadia na embaixada, após o jornal New York Times revelar, com base em imagens de câmeras de segurança e de satélite, que o ex-presidente ficou de 12 a 14 de fevereiro na representação diplomática do país europeu.
Fabio Wajngarten, advogado de defesa do ex-presidente, afirmou em publicação na rede social X, antigo Twitter, que em razão do recesso no Supremo Tribunal, as explicações serão apresentadas eletronicamente. Apesar disso, Wajngarten reiterou o desejo da defesa em uma reunião presencial com Moraes.
Em cumprimento ao despacho do Ministro Alexandre de Moraes, tendo em vista o recesso da Suprema Corte na data de hoje, a defesa do Presidente @jairbolsonaro protocolará por meio eletrônico a petição sobre os esclarecimentos relativos à ida do Presidente à Embaixada da Hungria.…
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) March 27, 2024
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A defesa do ex-presidente confirmou, em nota oficial, que Bolsonaro se hospedou na embaixada da Hungria por dois dias em fevereiro, afirmando ter recebido um convite, “para manter contatos com autoridades do país amigo”.
Bolsonaro é aliado do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, com quem já trocou elogios públicos no passado. Ambos se encontraram no fim do ano passado durante a posse do presidente da Argentina, Javier Milei, também de extrema-direita, em Buenos Aires.
Após a revelação da estadia de Bolsonaro na embaixada húngara, o Ministério das Relações Exteriores convocou o embaixador da Hungria no Brasil, Miklós Halmai, para prestar esclarecimentos sobre o episódio.