Conforme relatório da Polícia Federal (PF) a respeito do caso Marielle, há um documento que cita que criminosos pagavam propina para a Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, comandada por Rivaldo Barbosa, acusado de planejar o assassinato da vereadora. Os pagamentos eram feitos para interferir no andamento e na elucidação de casos envolvendo bicheiros.
Em trecho de depoimentos do miliciano Orlando Curicica, o valor podia chegar a R$ 300 mil, por caso, além de um valor mensal que era pago ao grupo, afirma a Polícia Federal.
Curicica narrou que essa delegacia recebia, mensalmente, entre R$ 60 mil e R$ 80 mil, além de remessas adicionais, para não investigar execuções relacionadas às milícias no Rio de Janeiro.
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Em um dos casos, uma pessoa ligada ao bicheiro Rogério de Andrade teria dado R$ 300 mil para a Delegacia de Homicídios, com o objetivo de não investigar a morte do sargento da reserva Geraldo Antônio Pereira, morto em um estacionamento de academia no Recreio, em maio de 2016.
Curicica também cita outros casos de assassinatos que não foram investigados por causa do pagamento das propinas para a polícia: a morte do presidente da Portela, Marcos Falcon, executado por dois homens encapuzados em setembro de 2016, na Madureira, zona Oeste do Rio; e a do contraventor Heylton Carlos Gomes Escafura e da esposa dele, encontrados mortos no Hotel Transamérica, na Barra da Tijuca, em junho de 2016.