A falta de repasses do Fundo da Marinha Mercante (FMM) está colocando o Polo Naval do Amazonas em risco, ameaçando paralisar suas operações. Com mais de 16 meses sem receber os recursos, que totalizam cerca de R$ 1 bilhão, o setor enfrenta dificuldades para investir em construção naval, modernização da frota e manutenção de embarcações.
O presidente do Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma), Galdino Alencar Júnior, destaca que mais de 3 mil empregos diretos estão ameaçados em Manaus devido à paralisação de contratos em andamento.
“O que vem mantendo as atividades e os postos de trabalho é uma encomenda feita por uma grande empresa para a construção de barcaças para o transporte de minérios no Pará. Esse contrato foi dividido entre os estaleiros locais para que todos pudessem ter um mínimo de fôlego e não fecharem as portas de um dos mais tradicionais setores econômicos do Amazonas”, alertou o presidente.
Leia mais
Fazenda mantém projeção de PIB em 2,2% em 2024 e inflação em 3,5%
Datafolha: Reprovação de Lula vai a 33% e empata tecnicamente com aprovação de 35%
A situação é agravada pela ausência de repasses do Adicional do Frete para Renovação da Marinha Mercante, principal fonte de recursos do FMM, que agora está sob a responsabilidade do Ministério da Infraestrutura.
Com a incerteza sobre o pagamento da dívida este ano e a falta de previsão orçamentária no órgão, os estaleiros enfrentam dificuldades crescentes, correndo o risco de demissões em massa e o fechamento de atividades essenciais para a economia local. A transferência do FMM para a Infraestrutura exige uma solução urgente para evitar danos irreparáveis ao setor naval do Amazonas.
“Se Fundo passar para a Infraestrutura, em 2025 será necessário incluí-lo no orçamento como prioridade. Estamos mantendo o compromisso e a responsabilidade, porém quanto mais o tempo passa, maiores são os prejuízos e muitos estaleiros já estão considerando o risco de demissão em massa porque não conseguem mais arcar com os custos de projetos paralisados, uma vez que FMM é vital para manutenção das atividades”, alertou.
*Com informações da Assessoria