Um hospital da província de Guizhou, no centro da China, foi acusado de vender certidões de nascimento falsas para bebês nascidos por barriga de aluguel, prática ilegal no país.
O caso veio a público após uma denúncia por um ativista nas redes sociais chinesas de que desde 2016 o hospital, localizado na cidade de Kaili, vendeu certidões de nascimento fraudulentas para regularizar a identidade de crianças nascidas de mães de aluguel, em colaboração com uma agência ilegal, informou o jornal local The Paper.
A diretora do hospital, identificada apenas pelo seu apelido, Wang, teria cobrado cerca de 30.000 yuans (cerca de R$20.700,00) por cada nascimento de barriga de aluguel, de acordo com a queixa.
Inicialmente, a diretora negou qualquer envolvimento, porém mais tarde admitiu ter facilitado vários partos de substituição e emitido certidões de nascimento.
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Na sequência das revelações, a comissão de saúde local anunciou, na segunda-feira (18/03), a criação de uma equipe para investigar os pormenores do caso.
Em novembro passado, o mesmo ativista acusou um hospital da província central de Hubei de vender certidões de nascimento falsas por mais de 60.000 yuan (R$42.033,58) cada, que resultou na detenção de seis pessoas.
A certidão de nascimento é o primeiro documento na vida de uma pessoa e é um pré-requisito para o registo de residência, vacinação e cartão de segurança social no país asiático.
O tráfico de seres humanos é um problema persistente na China, exacerbado pela política de longa data do filho único e pelo desequilíbrio de género, que, segundo o Banco Mundial, fez com que houvesse mais 42 milhões de homens do que mulheres em 2017, embora nos últimos anos tecnologias como a análise de ADN e o reconhecimento facial tenham ajudado a resolver casos que estavam suspensos há anos.