Após ser beneficiado com liberdade temporária, o tesoureiro da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Luís dos Santos Rocha, de 54 anos, conhecido no mundo do crime como “Luís Conta Dinheiro”, foi fuzilado por volta das 17h de terça-feira (12/03), em Atibaia, no interior paulista. Ele cumpria pena por porte ilegal de arma de fogo desde 2019.
Segundo a polícia, “Luís Conta Dinheiro” no momento do crime chegava de carro à própria casa, no banco do passageiro de um carro branco. Logo depois, um carro Hyundai Tucson, de cor preta, chega em alta velocidade. Um homem desce do veículo, encapuzado, empunhando um fuzil calibre 7.62, seguido do motorista com vestimenta de capuz.
Antes de desembarcar do carro, “Luís Conta Dinheiro” é alvejado com vários tiros à queima-roupa. Câmeras do circuito de segurança fixados na propriedade registraram a ação criminosa, que durou menos de 20 segundos. A filha da vítima que aguardava a chegada não ficou ferida.
Em sigilo, fontes policiais afirmaram que “Luís Conta Dinheiro” já havia sido alvo de um atentado, quando retornava de outra saída temporária, em janeiro deste ano. Na ocasião, ele foi ferido de raspão.
Após a tentativa de homicídio, o responsável pela contabilidade do PCC, afirmou que estava jurado de morte por ter “rachado” com membros da facção da capital paulista. Ele alegou que havia tido um desentendimento no “partido”, referindo-se à facção criminosa.
Em janeiro do ano passado, o criminoso havia progredido para o regime semiaberto, que dá direito à “saidinha”, segundo registros do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). O criminoso foi um dos 32.129 presos do regime semiaberto beneficiados, na terça-feira, com a saída temporária, de acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).
Ainda na briga interna, outro integrante do PCC foi morto na noite de terça-feira (12/03), em Vicente de Carvalho, no Guarujá. Cristiano Lopes da Costa, de 41 anos, o “Meia Folha”, estava em uma lanchonete quando foi surpreendido. Ele foi levado para o Pronto-Socorro São João, onde não resistiu.
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Outro crime
“Meia Folha” era apontado pela polícia como um dos líderes da facção criminosa no litoral sul de São Paulo. Investigações da Polícia Civil apontam que ele comandava os tráfico de drogas no Guarujá, e era ligado ao traficante André do Rap, foragido desde 2020, ao ser beneficiado por uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF).
Além do faccionado, o ex-vereador da cidade pelo DEM (atual União Brasil), Geraldo Soares Galvão, de 61 anos, que estava na lanchonete no momento do crime, também foi alvejado. Ele segue internado na Unidade de Emergência no Hospital Guarujá.
Segundo a Polícia Civil, o motivo para o atual racha na facção seria o vazamento de um diálogo entre Marcola e policiais penais federais, na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Na conversa, o líder do PCC declarou que Roberto Soriano, o “Tiriça”, o número 2 na hierarquia da facção, era um ‘psicopata”.
A fala foi usada por promotores durante o julgamento de Roberto Soriano, que cumprem pena atualmente penitenciária de segurança máxima em Brasília, junto a Marcola e outros líderes do PCC. Ele foi condenado a 31 anos e seis meses de prisão, em 2023, por ser o mandante do assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo.
A Polícia Civil investiga quem são os responsáveis pelos assassinatos na alta cúpula da facção.