O governo liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está adotando medidas para conter a alta nos preços do arroz, prevendo uma redução até abril e planejando ajustes no Plano Safra. Após uma reunião no Palácio do Planalto nesta quinta-feira (14/03), ministros do governo compartilharam informações sobre as discussões acerca do preço e da produção de alimentos no país.
Segundo o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, embora os preços para os produtores tenham caído, espera-se que a redução chegue aos consumidores somente após os supermercados adquirirem uma nova safra.
“Ele [supermercado] tem de acabar esse estoque para comprar a nova safra. Que esse processo seja o mais rápido possível. De março para abril, já começa a cair”, afirmou.
“Os preços aos produtores já desceram de R$ 120 para R$ 100 a saca. O que esperamos que se transfira, essa baixa dos preços, que os atacadistas abaixem também nas gôndolas do supermercado, que é onde as pessoas compram”, completou Fávaro.
“A gente espera que com o caminhar da colheita do arroz, que chegaremos a 50% ou 60% nos próximos dias, esse preço ainda ceda um pouco mais, que é a tendência natural. Mas, de novo, reforçar que é importante que os atacadistas repassem esses preços ao consumidor”, acrescentou o ministro.
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Fávaro destacou que, caso o preço não baixe, o Executivo pode “tomar outras medidas governamentais” para garantir a redução. Ele disse que o governo monitora a situação de outros alimentos.
“Tivemos queda da produção de feijão, mas tem a terceira safra agora. O trigo é outra preocupação, mas vamos tomar medidas de incentivo para milho, feijão, trigo, e mandioca, para o novo plano safra.”
No último mês, observamos um aumento expressivo nos preços de alimentos essenciais, com destaque para a cenoura, que registrou um aumento de 43,85%. Além disso, a batata-inglesa teve um aumento de 29,45%, seguida pelo feijão-carioca (9,70%), arroz (6,39%) e frutas (5,07%). Esses aumentos contribuíram para manter a inflação em níveis elevados. Em fevereiro, a inflação oficial do país foi de 0,83%. Apesar disso, o mercado financeiro revisou para baixo suas previsões para a inflação em 2024, reduzindo de 3,8% para 3,76%.