O governo do Haiti prorrogou por um mês, nesta quinta-feira (07/03), o estado de exceção na capital, Porto Príncipe, devido a alta demanda de violência que vem ocorrendo nos últimos dias. A medida foi publicada no Diário Oficial haitiano, e será acompanhada até segunda-feira (11/03), por um toque de recolher entre as 18h e as 5h locais.
O estado de emergência havia sido declarado no fim de semana passado junto com um toque de recolher noturno na capital. Ambos estavam em vigor até esta quarta-feira (06/03), porém, gangues armadas estão controlando grande parte de Porto Príncipe e do resto do país e estão engajadas em uma luta violenta contra a administração do primeiro-ministro Ariel Henry, de quem exigem a renúncia.
Ainda na noite de quarta-feira (06/03), essas gangues atearam fogo em um novo posto policial, provando mais uma vez que não têm intenção de parar com a espiral de violência.
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A subestação policial atacada fica em Bas-Peu-de-Chose, em um bairro de Porto Príncipe que é frequentemente atacado por gangues. Os policiais do posto tiveram tempo que deixar o prédio antes do ataque.
Os grupos criminosos também incendiaram uma viatura policial e várias motocicletas. Com a constante falta de segurança, o sistema de saúde haitiano está “perto do colapso“, alertou a ONU em um comunicado nesta quinta-feira (07/03).
“Muitas instalações sanitárias estão fechadas ou tiveram que reduzir drasticamente suas operações devido a uma preocupante escassez de medicamentos e à ausência de pessoal médico”, informou o Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha).
Além de medicamentos, faltam sangue, equipamentos médicos e leitos para tratar ferimentos a bala, acrescentou o órgão da ONU.
Um influente líder de gangue, Jimmy Chérizier, advertiu na terça-feira (05/03) que, se o primeiro-ministro Henry não renunciasse, o país se encaminharia para “uma guerra civil que levará ao genocídio“.