Líderes ocidentais negaram a fala de Emmanuel Macron, presidente da França, de que o envio de tropas ocidentais para a Ucrânia “não pode ser descartado”. A fala aconteceu após uma reunião de líderes europeus em Paris, nesta segunda-feira (26/02).
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou nesta terça-feira (27/02) que o conflito com a Rússia seria inevitável se as nações ocidentais enviarem tropas para a Ucrânia. O ministro da Defesa da França, por sua vez, defendeu Macron, destacando que “dizer que não excluímos nada não é fraqueza nem escalada”.
Um oficial da Otan, disse que “não há planos” para enviar tropas de combate para a Ucrânia. Ele pontuou que, juntamente com os seus aliados, já estão fornecendo “apoio militar sem precedentes” ao país e continuarão apoiando a nação europeia como têm feito até agora. Os Estados Unidos, por meio do Departamento de Estado, reiterou que o presidente Joe Biden descartou o envio de tropas dos EUA para lutar na Ucrânia.
“Certamente, cada país é livre para falar no seu próprio interesse, mas, além de o presidente ter deixado claro que os EUA não enviarão tropas para combater na Ucrânia, o secretário-geral da Otan descartou quaisquer tropas da aliança para combater na Ucrânia”, advrtiu o porta-voz Matthew Miller.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que as nações concordaram na reunião e que não haverá tropas terrestres, nem soldados em solo ucraniano enviados para lá por países europeus ou Estados da Otan.
O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, alertou que as propostas dos Estados ocidentais para enviar tropas para a Ucrânia levariam a uma “escalada significativa de tensões”. Fico destacou que seu governo “nunca concordará em enviar tropas eslovacas para a guerra na Ucrânia”.
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O primeiro-ministro Donald Tusk, da Polônia, afirmou que o país “não está considerando enviar os nossos soldados para a Ucrânia”, mas ressaltou que deve ajudar a Ucrânia a se defender contra a invasão russa.
O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Péter Szijjártó, disse que o país não está preparado para enviar armas ou soldados para a Ucrânia. “A guerra deve acabar, não ser aprofundada e ampliada”. O Reino Unido também não tem planos de enviar tropas para a Ucrânia, observou um porta-voz do primeiro-ministro Rishi Sunak nesta terça-feira, segundo a Reuters.
O gabinete da primeiro-ministra da Itália, Giorgia Meloni, sublinhou que tem havido “total coesão” entre os aliados sobre o “apoio” à Ucrânia, mas “este apoio não contempla a presença” de tropas europeias ou da Otan em território ucraniano.
Expressando o desacordo do governo espanhol com Macron, a porta-voz Pilar Alegria afirmou que a Espanha preferiria se concentrar na necessidade de “acelerar a entrega de material” à Ucrânia.