O suposto pacto de silêncio entre Jair Bolsonaro e os militares convocados a depor na Polícia Federal (PF) foi quebrado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.
Ambos, presos em episódios anteriores ligados à possível quartelada, afirmaram ter respondido a todas as perguntas dos investigadores. A defesa de Costa Neto destacou que ele compareceu à PF e respondeu a todas as perguntas, enquanto a nota sobre Torres ressaltou que ele respondeu calmamente a todas as perguntas e está disposto a cooperar com as investigações.
Embora não se saiba o conteúdo dos depoimentos, as respostas de Costa Neto e Torres aumentam as preocupações de Bolsonaro e seus aliados, especialmente antes de um ato em São Paulo no qual o ex-presidente pretende fazer uma defesa enfática.
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A preocupação é que essas respostas possam reforçar as informações que a PF possui sobre o suposto golpe, conforme revelado pela delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.
Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro para assuntos internacionais, também afirmou ter respondido às perguntas da PF, negando ter entregue uma “minuta de golpe” e afirmando ter sido claro e objetivo em seu depoimento.
A defesa de Bolsonaro enfatizou que ele nunca foi favorável a movimentos golpistas. Bolsonaro, que se manteve em silêncio durante o depoimento, não teme as acusações, segundo seus advogados, devido à falta de acesso a todos os elementos da investigação. Generais importantes também permaneceram em silêncio durante seus depoimentos.
“Bolsonaro nunca foi simpático a qualquer tipo de movimento golpista”, disse Paulo Bueno, também da equipe de defesa do ex-presidente. Conforme enfatizou, o ex-presidente “não cometeu nenhum delito” e “não teme nada porque não fez nada”, diz defesa de Bolsonaro.
A investigação se baseia em um vídeo de uma reunião ministerial em julho de 2022 e em documentos de uma minuta golpista encontrada em operações da PF.
*Com informações de Correio Braziliense