A Argentina está enfrentando uma explosão de casos de dengue nos últimos meses, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde argentino, liberado no último domingo (18/02), foram diagnosticados mais de 48 mil casos de dengue no país entre julho de 2023 e o início de fevereiro, incluindo 35 mortes pela doença até o momento.
Esses números representam um grande aumento em relação ao mesmo período entre 2022 e 2023, quando as notificações de casos não chegaram nem a mil.
“Estamos diante de um surto epidêmico significativo. A dengue está circulando de forma intensa”, dizem especialistas argentinos.
Apenas na última semana, foram registrados no país quase 9 mil novos casos, segundo o Ministério da Saúde argentino. O crescimento dos números preocupa os especialistas, que afirmam que o país provavelmente está à beira de um surto da doença.
“É muito provável que, se a situação climática se mantiver, entre abril e maio tenhamos um pico semelhante ou até maior ao do ano passado. Temos que esperar para ver o que acontece com o regime de chuvas, que também influencia”, disse o Dr. Pablo Eduardo Bonvehí, chefe de Infectologia do CEMIC e ex-presidente da Sociedade Argentina de Infectologia.
Casos no Brasil
De acordo com dados do Ministério da Saúde, três semanas de 2024 tiveram números de casos superiores à semana de ápice no ano passado. Os dados do ministério mostram que as semanas epidemiológicas 4 (21 a 27 de janeiro), 5 (28 de janeiro a 3 de fevereiro) e 6 (4 a 10 de fevereiro) registraram mais de 130 mil casos de dengue. No pico de 2023, foram observados 111.840 casos prováveis.
O boletim também apresenta as regiões com maior incidência de dengue no país. Segundo os dados, o Centro-Oeste é a região que lidera o ranking, seguido pelo Sudeste. Entre os estados do Centro-Oeste, o Distrito Federal é o que contabiliza o maior número de casos prováveis, com 80.979 registros. O segundo lugar é ocupado por Goiás, com 42.407 casos.
Já no Sudeste, Minas Gerais é o estado que lidera o número de casos prováveis, com mais de 230 mil casos. O valor é mais do que o dobro registrado por São Paulo, segundo estado da região em quantidade de casos.