A fuga de presos da penitenciária federal de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, é o primeiro teste de fogo da gestão Ricardo Lewandowski à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Antes de completar 15 dias no cargo, e já com uma crise no pacote, Lewandowski optou por uma postura diferente do seu antecessor, Flávio Dino. O episódio deixou evidente como “tambor e violino”, como lembrado por Dino ao deixar o ministério, tocam ritmos diferentes.
No lugar de entrevistas e publicações na internet, como fazia Dino, a atual gestão da pasta divulgou notas. Em 20 anos de sistema federal de segurança máxima, nunca havia ocorrido uma fuga.
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As primeiras informações da fuga em Mossoró (RN) chegaram cedo à pasta, nesta quarta-feira (14/02). O ministro tomou a decisão de encaminhar o secretário nacional de políticas penais, André Garcia, para o Rio Grande do Norte. Durante todo o dia, houve cobrança por mais exposição de dados pelo ministério, mas Lewandowski e equipe optaram por uma atitude cautelosa, sem divulgar informações ainda incertas.
Ao final do dia, veio a decisão de afastar a direção da penitenciária e partir para intervenção. Na Câmara, o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS), da bancada de oposição, afirmou ser “inadmissível que fugas ocorram em presídios federais”.
Nogueira disse ainda que pretende apresentar um requerimento para convocar o ministro Lewandowski na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara, “assim que retomarem os trabalhos do colegiado”.
“O ministro Lewandowski precisa vir à Comissão de Segurança Pública prestar esclarecimentos sobre esse gravíssimo ocorrido”, afirmou.