Os deputados Capitão Augusto e Dani Alonso, ambos do PL de São Paulo, solicitaram em ofício ao governador Tarcísio de Freitas e ao prefeito Ricardo Nunes que a escola de samba Vai-Vai seja desvinculada de verbas públicas no próximo ano devido a uma representação considerada ofensiva aos policiais em seu desfile no Carnaval de 2024.
“Proponho que a Vai-Vai seja proibida de receber qualquer forma de recurso público no próximo ano fiscal, como forma de sanção pela conduta ofensiva demonstrada. A medida não apenas servirá de punição, mas também como sinal de que ofensas contra instituições e profissionais de segurança não serão toleradas em nosso estado”, diz o documento.
O documento redigido por Capitão Augusto também enfatiza a necessidade de diretrizes mais rígidas para a concessão de apoio financeiro a eventos culturais, visando evitar associações com atividades criminosas ou mensagens de ódio.
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A Vai-Vai, por sua vez, esclareceu que seu desfile buscou criticar a exclusão de manifestações culturais como o hip hop na cidade de São Paulo, homenageando o álbum “Sobrevivendo no Inferno” dos Racionais MCs.
No entanto, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo emitiu uma nota de repúdio, condenando a representação da escola de samba como uma afronta às forças de segurança pública e uma vilipendiação dos profissionais dedicados à proteção da sociedade. Confira a íntegra da nota:
O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) manifesta, veementemente, repúdio ao Grêmio Recreativo Cultural e Social Escola de Samba Vai-Vai, que, na noite de sábado (10/2), no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo-SP, durante seu desfile, tratou com escárnio a figura de agentes da lei.
Com direito a chifres e outros itens que remetiam à figura de um demônio, as alegorias utilizadas na ala “Sobrevivendo no Inferno”, demonizaram a polícia – algo que causa extrema indignação.
Ao adotar tal enredo, a escola de samba, em nome do que chama de “arte” e de liberdade de expressão, afronta as forças de segurança pública, desrespeita e trata, de forma vil e covarde, profissionais abnegados que se dedicam, dia e noite, à proteção da sociedade e ao combate ao crime, muitas vezes, sob condições precárias e adversas, ao custo de suas próprias vidas e famílias.
É de se lamentar que o Carnaval seja utilizado para levar ao público mensagem carregada de total inversão de valores e que chega a humilhar os agentes da lei.
O Sindpesp não compactua com este tipo de manifestação e presta solidariedade aos profissionais da segurança pública de todo o País – estes, sim, verdadeiros heróis, que merecem homenagens, reconhecimento e mais respeito por parte da agremiação, para dizer o mínimo.
Outrossim, o Sindpesp aguarda que a Vai-Vai, num momento de lucidez e de reflexão, reconheça que exagerou e incorreu em erro na ala em questão, e se retrate, publicamente. Não estamos falando, afinal, apenas dos policiais, sejam civis ou militares, mas, sobretudo, de uma instituição de Estado que representa e está a serviço de toda a sociedade bandeirante.
*Com informações da CNN Brasil