O desfile da escola Vai-Vai do Carnaval de São Paulo no último sábado (10/02) continua repercutindo e criando um embate entre políticos de esquerda e da direita. A polêmica se deve ao fato de que uma das alas da escola representou a tropa de choque da Polícia Militar (PM) com alusão à figura de demônios.
A alegoria fazia parte do samba-enredo “Capítulo 4, Versículo 3 – Da rua e do povo, o Hip Hop: um manifesto paulistano”, que fez homenagem ao álbum “Sobrevivendo no Inferno”, do grupo de rap Racionais MC’s, lançado em 1997 e considerado um dos mais importantes do gênero. Nesse contexto, as fantasias dos “policiais demônios” eram compostas por escudos, cassetetes e capacetes, adornados com asas e chifres em tons de vermelho e amarelo, para fazer uma alusão ao massacre do Carandiru, ocorrido em 2 de outubro de 1992.
Além disso, o desfile contou com a presença de políticos de esquerda, como o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, e o deputado federal e pré-candidato a prefeito da capital pelo PSol, Guilherme Boulos.
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Desde então, o desfile tem sido amplamente criticado por políticos do campo da direita. O deputado federal Kim Kataguiri (União), que também é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, afirmou nas redes sociais que, no desfile, a Vai-Vai “expôs a bandidolatria mais abjeta e nojenta na Avenida”.
Kataguiri também compartilhou uma montagem com Boulos e o desfile, com a legenda “Demonizando policiais e homenageando bandidos”.
Já na segunda (12/02) o deputado federal Capitão Augusto (PL-SP) encaminhou um ofício ao prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), e ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) solicitando que “a escola de samba Vai-Vai seja proibida de receber qualquer forma de recurso público no próximo ano fiscal”, e que o desfile desrespeitou “a honra e a dignidade dos profissionais que dedicam suas vidas à proteção da sociedade”.
A Vai-Vai emitiu nota sobre a questão, onde afirma que o desfile “fez uma justa homenagem ao álbum e ao próprio Racionais MCs, sem a intenção de promover qualquer tipo de ataque individualizado ou provocação, mas sim uma ala, como as outras 19 apresentadas pela escola, que homenageiam um movimento”.
Com informações de Metrópoles.