A polêmica declaração recente do ex-presidente dos EUA Donald Trump sobre a situação da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) continua repercutindo. No sábado (10/02), Trump disse que encorajaria a Rússia a fazer “tudo o que quiser” com qualquer país membro da OTAN que não cumpra as diretrizes de gastos com defesa: uma admissão impressionante de que não cumpriria a cláusula de defesa coletiva no cerne da aliança se for reeleito – Trump é o favorito para conseguir a nomeação republicana para disputar a eleição presidencial americana este ano.
O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, rebateu a declaração de Trump. Segundo Stoltenberg, a fala coloca em risco a segurança da aliança militar. Ele afirmou:
“Qualquer sugestão de que os aliados não vão defender uns aos outros prejudica toda a nossa segurança, incluindo a dos EUA, e coloca soldados americanos e europeus em maior risco”.
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Outros líderes da OTAN também criticaram a postura de Trump, como o ministro da Defesa da Polônia, país que faz fronteira com a Rússia, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, publicou no X (antigo Twitter) que a fala do republicano prejudica a credibilidade da aliança militar, mas reforçou que o compromisso intrínseco do bloco é ajudar a todos. Ele escreveu:
“O lema da OTAN ‘um por todos, todos por um’ é um compromisso concreto. Minar a credibilidade dos países aliados significa enfraquecer toda a OTAN”.
Trump sobre a OTAN
A declaração de Trump foi feita durante um ato de campanha na cidade de Conway, no Estado da Carolina do Sul. O republicano contou que, durante uma cúpula da Otan, “um dos presidentes de um país grande” perguntou a ele se os EUA o defenderia se fosse invadido pela Rússia mesmo se não pagasse o percentual cobrado por ele. Trump teria respondido: “Claro que não”.
Trump disse:
“Eu não protegeria você. Na verdade, eu os encorajaria a fazerem o que diabos quiserem. Vocês têm que pagar. Têm que pagar suas contas”.
A OTAN possui um artigo de defesa coletiva no estatuto da organização: Um ataque a um país-membro é considerado um ataque a todas as nações que formam a aliança, composta por 31 países. A organização tem entre suas metas não obrigatórias o investimento de 2% do PIB de cada país em defesa. Muitos não cumprem essa meta, mas pagam os custos classificados como obrigatórios para se manterem na Otan.
*Com informações de Poder360