A quantidade de denúncias contra imagens de abuso e exploração sexual infantil na internet no Brasil bateu recorde histórico em 2023: elas cresceram 77,13% no ano passado, em relação a 2022, de acordo com levantamento da organização não governamental (ONG) Safernet, divulgado nesta terça, 6/2.
Foram 71.867 queixas no ano passado, número 28% superior ao recorde anterior, registrado em 2008 (56.115 denúncias).
Segundo a ONG, três fatores principais motivaram o aumento das denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil: as demissões em massa realizadas pelas big techs, que atingiram as equipes de segurança, integridade e moderação de conteúdo de algumas plataformas; a proliferação da venda de imagens de nudez e sexo autogeradas por adolescentes; e o uso de inteligência artificial para a criação desse tipo de conteúdo.
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A Safernet contabilizou ao todo um total de 101.313 queixas em 2023: somadas às denúncias de exploração sexual infantil, esse total inclui também outras violações de direitos humanos ou crimes de ódio na internet (xenofobia, tráfico de pessoas, intolerância religiosa, neonazismo, apologia a crimes contra a vida, racismo, LGBTfobia, e misoginia). O número também bateu recorde, superando o total registrado em 2008, o maior da série histórica até então, de 89.247 denúncias.
Houve queda no número de denúncias de três crimes de ódio entre 2023 e 2022: racismo, que caiu 20,36%; LGBTfobia, -60,57% e misoginia, -57,56%. Segundo a Safernet, a queda nas denúncias desses tipos de crimes em 2023 já era esperada, uma vez que essas denúncias aumentam em anos eleitorais, comportamento registrado em 2018, 2020 e 2022.
*Com informações de Agência Brasil