Morreu neste sábado (03/02) o líder indígena Paulo Marubo, que coordenou a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) por três vezes, em Manaus. Ele faleceu devido a complicações provocadas por uma hepatite.
Marubo foi um dos responsáveis por estruturar a Equipe de Vigilância da Univaja (EVU), que surgiu com a função de ampliar a segurança dos povos originários que habitam a Terra Indígena do Vale do Javari.
Foi ele quem liderou as buscas pelo indigenista Bruno Pereira e pelo jornalista britânico Dom Phillips quando eles desapareceram no Vale do Javari em junho de 2022. Os corpos deles foram achados algumas semanas depois, após terem sido mortos por criminosos ligados à pesca ilegal na região.
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O advogado Eliésio Marubo, sobrinho de Paulo, teceu críticas à rede hospitalar do SUS (Sistema Unificado de Saúde), devido à morte de seu tio. Segundo Eliésio, Paulo chegou a precisar de reposição de plaquetas, fragmentos que ajudam na coagulação do sangue, e retirada de líquidos da cavidade abdominal. O ex-coordenador da Univaja teve que ser transportado para Tabatinga (AM) e, depois, para Manaus, onde deu entrada no Hospital 28 de Agosto e permaneceu no corredor da unidade, sem receber o devido cuidado dos profissionais.
Eliésio Marubo estendeu suas crítica à pasta de segurança do Amazonas. No seu entender, o governo deveria ter oferecido um esquema efetivo para garantir a integridade de Paulo Marubo, tendo em vista que era um alvo de criminosos e havia sido ameaçado de morte inúmeras vezes, de modo que, ao ficar vulnerável na unidade hospitalar, o risco aumentava.
Em nota, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) reconheceu o legado deixado por Paulo Marubo. Na mensagem, a entidade afirma que ele “criou condições para que a floresta e as vidas que ali habitam sigam em pé”.
*Com informações de Agência Brasil