Uma juíza do estado de Delaware, nos Estados Unidos, anulou o pagamento de US$ 55,8 bilhões (cerca de R$ 277 bilhões, na cotação atual) da Tesla ao seu dono, o empresário Elon Musk. O valor seria referente a um acordo de 2018 entre a empresa e Musk e seria pago ao longo de dez anos.
A justiça acatou o argumento de um acionista da empresa fabricante de carros elétricos, que criticou o alto valor em dinheiro. Segundo a decisão da juíza Kathaleen McCormick, o valor é considerado “incomensurável“, e seria injusto com os acionistas, caso fosse pago a Elon Musk. As ações da Tesla caíram cerca de 3% devido ao caso, e alguns investidores aproveitaram a decisão, na esperança de que ela fizesse a Tesla revisar sua governança.
Na rede social X, adquirida por Musk, ele reclamou sobre a justiça de Delaware e perguntou aos seguidores sobre mudar a sede da Tesla.
“Nunca constitua sua empresa no estado de Delaware. Recomendo a constituição [de empresas] em Nevada ou no Texas, se você preferir que os acionistas decidam, tomem as decisões”, afirmou ele, abrindo uma enquete sobre a hipótese de mudar a sede da Tesla para o Texas, onde está fisicamente a matriz da companhia.
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Ainda cabe recurso à decisão da Justiça de anular o maior pagamento da história corporativa dos EUA. A juíza concluiu que a remuneração baseada em ações foi negociada por diretores que pareciam estar em dívida com Musk, atualmente classificado pela revista Forbes como a segunda pessoa mais rica do mundo.
“Varrido pela retórica de ‘todas as vantagens’, ou talvez fascinado pelo apelo de superstar de Musk, o conselho nunca fez a pergunta de US$ 55,8 bilhões: o plano era mesmo necessário para a Tesla reter Musk e atingir seus objetivos?” escreveu Kathaleen McCormick, do Tribunal de Delaware.
Os diretores justificaram que o valor serviria para que Musk continuasse se dedicando à Tesla, uma vez que ele tem outros negócios, como a SpaceX (que lança satélites no espaço) e a Neuralink (que acaba de implantar seu primeiro chip em um ser humano).