María Corina Machado, a principal opositora das eleições presidenciais de Maduro e favorita na disputa, não poderá concorrer ao pleito previsto para o segundo semestre. Ela e o ex-governador Henrique Capriles foram inabilitados para ocupar cargos públicos por 15 anos, em uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao governo venezuelano.
A sentença não surpreende, por ter sido aplicada anteriormente para afastar opositores do caminho do chavismo, mas desta vez as circunstâncias são diferentes. A participação da oposição nas eleições era o fio condutor do Acordo de Barbados, assinado em outubro passado entre governo e a Plataforma Unitária.
Algumas etapas como a libertação de prisioneiros foram cumpridas, entre eles o empresário colombiano Alex Saab, aliado do presidente e detido em 2020 nos EUA por suspeita de lavagem de dinheiro.
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Com a sentença de inexigibilidade, o governo americano prometeu revisar a política de sanções contra a Venezuela, sinalizando claramente que o mecanismo que resultou em alívio econômico para o país será revertido.
María Corina Machado, que lidera com vantagem a disputa contra Maduro, assegurou que continuará a campanha até o final.
“O regime decidiu acabar com o Acordo de Barbados, mas não acaba com a nossa luta pela conquista da democracia através de eleições livres e limpas. Maduro e seu sistema criminoso escolheram o pior caminho para eles: eleições fraudulentas”, atestou a candidata.
Na semana passada, o governo prendeu 36 pessoas, sob a acusação de conspiração para matar Maduro. “Os Acordos de Barbados estão feridos mortalmente, declaro que eles estão em terapia intensiva. Eles foram apunhalados, chutados”, afirmou o presidente, em pronunciamento após as prisões.