O Novo acionou a Procuradoria Geral da República (PGR) neste sábado (27/01) com uma notícia-crime por constrangimento ilegal em que pede a investigação de suposta interferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pela tentativa de indicar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para assumir como presidente da Vale.
Segundo o documento, Silveira passou a “intervir diretamente” na reunião do Conselho de Administração da companhia, a pedido de Lula, para emplacar Mantega no comando da mineradora. É assinado pelo presidente da Novo, Eduardo Ribeiro.
Segundo apuração do portal Poder 360, o Novo baseou a notícia-crime em notícias divulgadas pela imprensa e define a suposta interferência na Vale como “grave ameaça”.
“Registre-se que a grave ameaça aqui não foi perpetrada contra os conselheiros do atual Conselho de Administração da Companhia Vale do Rio Doce. Na realidade, a grave ameaça, ocorrida através de investidas por palavras de conotação nitidamente política, se deu contrária à sociedade mineradora, que ostenta, desde 1997, a natureza jurídica privada”, afirma.
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Lula e a Vale
Lula pressionou acionistas para emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como presidente. Silveira ficou com a incumbência de falar com os mesmos sobre a indicação do ex-ministro da Fazenda, mas executivos viram a ação com um tom de ameaça. A tentativa, no entanto, não foi para frente. Diante da reação negativa do mercado financeiro e dos agentes econômicos, em geral, o chefe do Executivo desistiu de colocar Mantega na Vale.
O chefe da pasta de Minas e Energia, no entanto, nega que conversou com o Lula sobre a indicação de Mantega ao comando da Vale. Segundo ele, Lula foi “injustiçado” pela imprensa nos últimos dias e que o único assunto tratado no governo sobre a mineradora é a celeridade no cumprimento de seus compromissos sociais. Agora, o governo do presidente Lula vai tentar pelo menos convencer a mineradora a adiar a decisão sobre quem vai comandar a empresa.
Para o governo, o ideal é ganhar tempo para tentar propor uma troca de comando que interesse ao Palácio do Planalto. Lula enxerga a Vale como uma companhia essencial para ajudar a alavancar o modelo de crescimento que defende para o Brasil.
O presidente da República deseja essa empresa atuando em áreas que considera de interesse nacional, apoiando projetos que possam ter sinergia com a nova política industrial recém-anunciada. Esse tipo de estratégia de Lula incomoda o mercado financeiro. A Vale é uma companhia privada e com participação reduzida de capital estatal.
*com informações do portal Poder 360