O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) negou, em entrevista à CNN, as acusações de que durante sua gestão na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), teria ocorrido o monitoramento de membros do Poder Legislativo e Judiciário.
Ele foi um dos alvos da Operação Vigilância Aproximada da Polícia Federal (PF), que investiga a tentativa da Abin de associar ministros do STF a uma organização criminosa.
Ramagem afirmou que, sob seu comando, não houve monitoramento de figuras políticas, negando qualquer ordem nesse sentido. A PF investiga o uso do software FirstMile para espionar autoridades, incluindo ministros do Supremo, Rodrigo Maia e Camilo Santana.
“Nada foi feito para que houvesse o monitoramento de pessoas políticas tanto do Legislativo, quanto do Judiciário. Não na minha gestão, não sob meu comando, ou sob ordem minha, de maneira alguma”, disse Ramagem.
O ex-diretor da Abin, alvo da operação, e atualmente depudo federal pelo PL, ressaltou que o governo Bolsonaro utilizou diferentes fontes de inteligência, mas negou práticas invasivas. Ele afirmou que auditorias foram realizadas para assegurar o correto funcionamento dos sistemas, e equívocos, se houver, foram tratados internamente.
Na decisão que fundamentou as buscas da PF, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, detalha a tentativa de desvirtuamento institucional por parte de servidores da Abin durante a gestão de Ramagem. Documentos indicam a associação de parlamentares ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
O caso envolve também o monitoramento ilegal de um jantar na casa de Rodrigo Maia e o uso de drones para vigiar a residência oficial de Camilo Santana. Durante a primeira operação, em outubro de 2023, a Abin teria realizado 33 mil monitoramentos ilegais, sendo 1,8 mil destinados a espionagem de políticos, jornalistas, advogados e ministros do STF.
*Com informações da CNN Brasil