O Tribunal Internacional de Justiça, com sede em Haia, na Holanda, anunciou nesta sexta-feira (26/1) que Israel vai ter que adotar medidas emergenciais para prevenir genocídio na Faixa de Gaza, garantir entrega de ajuda humanitária e prevenir a destruição do enclave palestino.
A presidente da Corte da Organização das Nações Unidas (ONU), Joan E. Donoghue, leu a decisão do Tribunal em que disse estarem extremamente preocupados com as perdas de vidas contínuas e a situação catastrófica de Gaza.
Ainda em leitura, Donoghue afirmou que as operações israelenses em Gaza causaram mortes e destruição da infraestrutura vital e deixaram a população vulnerável. Destacou ainda que os palestinos estão sem acesso a itens básicos como água, alimentos e energia e medicamentos.
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O Tribunal também ordenou que Israel apresente em um mês um relatório das ações que está fazendo para melhorar as situação dos palestinos. A corte, porém, não entrou no mérito da acusação, movida pela África do Sul, em 29 de dezembro do ano passado, que alegou as violações dos direitos internacionais humanos, e também não citou cessar-fogo.
As principais citações de Haia para Israel:
• Israel deve parar os ataques aos palestinianos
•Acabar com o incitamento contra os palestinos como grupo
• Garantir a ajuda humanitária
• Preservar evidências
• Enviar resposta ao tribunal dentro de 1 mês
A juíza também mencionou que o Tribunal de Haia rejeitou a tentativa de Israel de arquivar a acusação. Israel tem sido denunciado por entidades internacionais por sua brutalidade e por ignorar a população civis palestina.
O conflito começou no dia 7 de outubro, depois que o Hamas perpetrou um ataque contra civis israelenses e deixou mais de 1,2 mil mortos.
Um dos juízes em Haia é o brasileiro Leonardo Nemer Caldeira Brant, que votou a favor das medidas cautelares.
Hamas parabeniza Haia
Sami Abu Zuhri, alto funcionário do Hamas, disse à agência de notícias Reuters que a decisão do Tribunal Internacional de Justiça é um desenvolvimento importante que contribui para isolar Israel e expor os seus crimes em Gaza.
“Pedimos que se force a ocupação a implementar as decisões do tribunal”, acrescenta.
*com informações CNN e The Times of Israel