Laércio José de Oliveira, pai de santo, foi condenado a 3 anos, 1 mês e 10 dias de prisão em regime fechado, conforme decisão da Justiça de São Paulo. A condenação diz respeito a crimes de importunação sexual contra cinco mulheres ocorridos em um terreiro na zona leste da cidade. Apesar do decreto de prisão preventiva no dia 13 de setembro de 2023, ele ainda não foi preso e segue sendo procurado.
No início do ano passado, ao menos oito mulheres denunciaram o sacerdote de religião matriz africana à polícia. Vítimas disseram que ele afirmava que elas precisavam de “limpeza espiritual” e, para isso, era preciso que elas tivessem relações sexuais com ele.
“Ele tentou tocar nas minhas genitais, eu não permiti. Tentou fazer com que eu tocasse na genital dele, eu também não quis. Foi quando ele começou a se masturbar na minha frente. Ele falava que era necessário para quebrar o trabalho [que tinham feito contra mim]”, declarou uma vítima.
Os abusos teriam acontecido entre 2020 e 2022 em dois terreiros na zona leste da capital. As denúncias foram feitas depois que as vítimas souberam dos casos umas das outras.
“Ele enfiou a mão nos meus seios e começou a apertar, apertar. Fiquei em choque, não sabia o que fazer. Segurei a mão dele e tirei bruscamente. Ele me puxou pelo braço e falou ‘se você contar para alguém que eu fiz isso, eu vou falar para todo mundo que você veio aqui para fazer amarração para o meu ex. Ninguém vai acreditar em você. Você nunca mais vai poder pisar nessa casa’”, disse outra mulher.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), Laércio foi investigado por meio de dois inquéritos policiais, que tramitaram pela 5ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
A investigação, apurou a prática de crimes sexuais contra oito vítimas. Os casos foram concluídos e relatados ao Poder Judiciário, com o pedido de prisão preventiva do homem, que foi acatado.
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Em nota, a defesa do pai de santo disse que o condenado “não se submeterá a uma prisão manifestamente ilegal”. “A defesa aguarda a decisão do Superior Tribunal de Justiça acerca do Habeas Corpus impetrado, buscando a revogação da prisão preventiva”.