No último mês, uma pesquisa eleitoral avaliou a tendência do eleitor manauara acompanhar – ou não – a sugestão de votos indicadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os dados indicavam que, de 474 entrevistados que disseram votar em Bolsonaro caso tivesse outra eleição, 17,5% tendem a dar o voto em um candidato apoioado pelo ex-presidente.
Os que se mostraram em dúvida se seguiriam a indicação do ex-presidente somou 13,3%.
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Os números mostram que, hoje, a direita, na capital amazonense está em ascensão. Mas, para o analista político Helso do Carmo, o movimento não é definitivo, principalmente porque “Manaus tende a surpreender” em seus resultados.
“Manaus é sempre uma grande surpresa. Às vezes, uma tendência numa eleição nem sempre reflete na próxima. Eu vejo, evidentemente, o aflorar de uma extrema direita que, sempre existiu, mas que estava tímida. Esse comportamento é cíclico. Eu diria que, neste momento, a extrema direita, que é parte onde estão os bolsonaristas, tem um terreno fértil, mas não sei se representa uma maioria. E aí eu diria que não dá para minar as candidaturas ditas de esquerda”, avaliou Helso.
O analista político relembra que, hoje ‘bolsonarista’, Manaus já rendeu grandes votações à figuras de esquerda como José Ricardo (PT), Vanessa Graziottin (PCdoB) e Serafim Corrêa (PSB).
Agora, 40% do eleitorado de Manaus, no segundo turno, votou no Lula. É bom lembrar que Manaus já elegeu Serafim Corrêa quando ele estava com o apoio de toda a esquerda, Vanessa Grazziotin já foi a deputada mais votada, assim como o José Ricardo. Então, acho que essa ideia,
“No momento, uma tendência que gravita em torno do bolsonarismo, mas não quer dizer que vá ser a grande parte não. Omar Aziz, por exemplo, foi eleito para o Senado, representando alguém contra o Bolsonaro. Logo, acredito que há espaço para candidaturas bolsonaristas e para lulistas”, destaca o analista.