A região da Sicília, no sul da Itália, anunciou nesta terça-feira (09/01) que mulheres desfiguradas em casos de violência doméstica e filhos de vítimas de feminicídio serão priorizadas na contratação para cargos na administração pública.
A decisão foi tomada pela Assembleia Regional da Sicília, e prevê a contratação por chamada direta. A nova medida é um acréscimo à legislação que já proporciona este benefício para as vítimas da máfia italiana.
Desta forma, as mulheres poderão ser contratadas para trabalhar em instituições do governo, da prefeitura local, empresas de saúde e organismos ou institutos tutelados por eles.
“A presente proposta surge da necessidade de trabalhar tanto o fator cultural como a chamada percepção do problema da violência contra a mulher, dado o aumento contínuo de vítimas de feminicídio no território regional”, diz o relatório técnico sobre a norma.
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De acordo com a medida, este é um primeiro passo útil para empregar mulheres vítimas de violência, com danos permanentes e visíveis, mas também filhos órfãos causados pelo feminicídio.
Até 3 de dezembro, pelo menos 109 mulheres foram assassinadas em território italiano ao longo de 2023, das quais 90 no âmbito familiar ou de relacionamento, e 58 por seus parceiros sentimentais ou ex-parceiros. O aumento no número de casos fez o Instituto da Enciclopédia Italiana selecionar “feminicídio” como a palavra do ano de 2023 no país.
*com informações de Terra