Quatro vereadores de São Paulo anunciaram, nesta quinta-feira (4/1), a retirada de apoio à abertura da CPI das ONGs, requerida por Rubinho Nunes (União) e que mira a atuação do Padre Júlio Lancellotti.
Thammy Miranda (PL), Xexéu Tripoli (PSDB), Sidney Cruz (Solidariedade) e Sandra Tadeu (União Brasil) se disseram “enganados” por Nunes, pelo fato de o requerimento não fazer menção a Lancellotti. Eles avaliam ainda que o vereador direcionou a CPI para atacar o padre.
No requerimento, Nunes argumentava que a comissão teria a “finalidade de investigar as Organizações Não Governamentais que fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento aos grupos de usuários que frequentam a região da Cracolândia”.
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Ele alegou ainda que “a atuação dessas ONGs não está isenta de fiscalização, sendo necessária a criação de uma CPI”.
O vereador Thammy Miranda (PL), que sinalizou retirada ao apoio à CPI disse:
“Nós fomos enganados e apunhalados pelas costas. O documento de CPI que assinamos nunca citou o padre Júlio e usou de uma situação séria para angariar apoio. 90% dos vereadores que assinaram esse pedido não sabiam desse direcionamento político do vereador [Rubinho] nessa CPI”, justificou.
O vereador Xexéu Tripoli (PSDB) disse ser “absolutamente revoltante” a abertura de investigação contra o padre.
“Não defendo a perseguição política a líderes religiosos. Ainda mais nesses tempos de ódio e rancor nas redes sociais. A investigação de casos suspeitos de mau uso de recursos públicos não pode servir de pretexto para perseguição política”, alegou em nota.
Rubinho Nunes emitiu nota dizendo que “respeita a posição dos colegas”, que estariam “sofrendo pressão política da mídia e da militância de esquerda”.