A Rússia acusou a Ucrânia do ataque neste sábado (30/12) que deixou 18 mortos em Belgorod, na fronteira, o mais mortal para a população civil em território russo desde o início do conflito, em fevereiro de 2022, e prometeu revidar. O governo russo solicitou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.
O Ministério da Defesa garantiu que este ataque não ficará “impune”, e o Ministério das Relações Exteriores acusou Kiev de “atacar deliberadamente os locais onde os civis estão concentrados”. O ataque ocorreu um dia depois de bombardeios que deixaram 39 mortos na Ucrânia.
“Em Belgorod, o número de mortos sobe para 18 e 111 pessoas ficaram feridas”, informou o Ministério de Situações de Emergências russo, no último balanço comunicado no Telegram neste sábado (30).
Imagens postadas online mostram carros em chamas, prédios com janelas quebradas e nuvens de fumaça preta na cidade. A Ucrânia realiza regularmente ataques na Rússia, especialmente nas regiões mais próximas do seu território, mas o número de vítimas é geralmente muito menor.
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As forças russas conseguiram interceptar dois mísseis e “a maioria” dos foguetes lançados contra a cidade, acrescentou o ministério, o que evitou um número de mortos “infinitamente mais grave”. No entanto, vários foguetes e destroços de mísseis caíram sobre Belgorod. A Ucrânia ainda não reagiu às acusações russas sobre o atentado deste sábado.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi “informado” deste ataque a “bairros residenciais”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, segundo agências russas. Putin e o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelensky, farão os respectivos discursos de fim de ano neste domingo (31).
Por outro lado, uma pessoa morreu e outras dez ficaram feridas devido a um atentado em Donetsk, uma das principais cidades do leste da Ucrânia sob controle de rebeldes pró-Rússia desde 2014 e anexada por Moscou no ano passado, indicaram as autoridades locais.
Escombros
A Ucrânia ainda contava seus mortos neste sábado, após intensos bombardeamentos no dia anterior em várias cidades, incluindo a capital.
A onda de ataques, uma das mais violentas desde o início da guerra, há quase dois anos, teve como alvo edifícios, uma maternidade e até um centro comercial, mas também infraestruturas industriais e militares.
Zelensky anunciou hoje que “neste momento, infelizmente, morreram 39 pessoas” em todo o país, acrescentando que mais de cem pessoas ficaram feridas. “Cerca de 120 cidades e vilas foram afetadas”, disse ele, acrescentando que as operações de busca continuam.
Só em Kiev, pelo menos 16 pessoas morreram nesta sexta-feira, segundo a administração local. Neste sábado, corpos ainda estavam sendo retirados dos escombros na capital, onde os bombardeios mortais diminuíram nos últimos meses.
Segundo o porta-voz da Força Aérea, Yuri Ignat, este é o “ataque de mísseis mais massivo” do conflito, sem contar os primeiros dias da guerra.
*com informações do R7.