O presidente da Argentina, Javier Milei, propôs como uma das medidas para combater a inflação no país e equilibrar as contas públicas taxar alunos estrangeiros que estudam em universidades argentinas.
A medida visa estudantes formados e com residência temporária na Argentina, incentivando o retorno deles aos países de origem. Em resposta às medidas, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, informou, em uma publicação na rede X, que o governo repatriará 20 mil colombianos que estudam gratuitamente na Argentina.
“Eles foram literalmente expulsos desse país [da Argentina], para eles não houve a chamada ‘liberdade’. Vamos trabalhar para que eles sigam com seus estudos na Colômbia sem grandes obstáculos e também gratuitamente”, escreveu o presidente colombiano.
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Segundo o jornal argentino La Nación, o país tem 117,8 mil estudantes de outros países matriculados no ensino superior, representando 4,3% do total de alunos em faculdades na Argentina. Desses, 95,9% são latino-americanos.
Na Universidade de Buenos Aires, uma das mais prestigiadas da Argentina, os emigrantes em cursos de graduação compõem 9,5% do total de estudantes. Nos cursos de pós-graduação, representam 16,5%, os dados são de 2021. Ainda de acordo com o jornal, o número de estrangeiros tem crescido no país. Desde 2015, a porcentagem duplicou.
Reação acadêmica
Chefes de departamento da Universidade de Buenos Aires se pronunciaram sobre o projeto de lei de Milei. Guillermo Durán, da Faculdade de Ciências Exatas, escreveu, por meio de um comunicado publicado no X, que a medida é inconstitucional, pois uma decisão como essa deveria ser tomada pela universidade e não pelo governo, como garantido pela Constituição.
🚨| ÚLTIMA HORA: Javier Milei anuncia que se acaba la Universidad gratuita para extranjeros, tendrán que ser residentes o no podrán estudiar a costilla de los argentinos. 🇦🇷 ¿Apoyas está contundente medida? pic.twitter.com/ViTi0xSWoV
— Eduardo Menoni (@eduardomenoni) December 29, 2023