Um dia após o episódio em que o deputado federal Washington Quaquá (PT-RJ) deu um tapa na cara do colega Messias Donato (Republicanos-MT) no plenário da Câmara, o deputado José Medeiros (PL-MT) protocolou um Projeto de Lei para conceder porte de arma de fogo automático para parlamentares.
O projeto foi protocolado nesta sexta-feira (22/12) e inclui deputados e senadores nas categorias que têm automaticamente direito ao porte. Medeiros também propõe que as assembleias legislativas estaduais e a Câmara Distrital do DF tenham direito de decidir se seus parlamentares poderão ou não portar automaticamente armas de fogo.
Na justificativa do projeto, o deputado sustenta que os acirrados debates políticos podem “extrapolar os muros das respectivas Casas” e “provocar comportamentos radicais” em algumas pessoas.
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“Os embates que são próprios da atividade parlamentar, não poucas vezes, extrapolam os muros das respectivas Casas legislativas, refletindo-se nas ruas, podendo sensibilizar algumas pessoas ao ponto de provocar comportamentos radicais com ameaças de agressões físicas e, até mesmo, de atentados contra a vida”, afirma Medeiros.
Senador já atirou em outro
O Congresso Nacional, vale lembrar, tem sua própria história de tragédia envolvendo parlamentares que andavam armados dentro dos plenários do Poder Legislativo.
Em 4 de dezembro de 1963, o então senador Leopoldo Collor de Mello, pai do ex-senador e ex-presidente Fernando Collor, atirou dentro do plenário contra um adversário e acabou atingindo José Kairala (PSD), que faleceu.
Hoje, mesmo deputados e senadores que têm porte de arma não podem andar armados dentro das dependências do Congresso, embora não haja revista nas entradas da Casa para parlamentares.