O Brasil tem quase 1,9 milhão de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, o equivalente a 4,9% do total de jovens entre 5 e 17 anos no país. Os dados constam da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua 2022, que foram divulgados nesta quarta-feira (20/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os números do trabalho infantil apresentavam tendência de queda, de 2,1 milhões (ou 5,2%) em 2016 para 1,8 milhão (ou 4,5%) em 2019, mas voltaram a subir. Os dados não foram coletados nos anos de 2020 e 2021 por causa da pandemia de Covid.
A pesquisa do IBGE considera duas categorias de atividades:
- econômica, que é a de quem trabalhou pelo menos 1 hora completa e foi remunerado em dinheiro, produtos, benefícios, etc, ou que não teve remuneração direta, mas atuou para ajudar a atividade econômica de algum parente.
- de autoconsumo, que incluem pesca, criação de animais, fabricação de roupas, construção de imóveis e outras que sejam para uso exclusivo do jovem ou de parentes.
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A pesquisa também apontou que, em 2022, do total de 1,9 milhão, 756 mil crianças e adolescentes exerciam atividades da Lista TIP, do Governo Federal. Essa lista elenca as piores formas de trabalho infantil no país: no geral, são serviços que envolvem risco de acidentes ou são prejudiciais à saúde.
A lista inclui trabalho na construção civil, em matadouros, oficinas mecânicas, comércio ambulante em locais públicos, coleta de lixo, venda de bebidas alcoólicas, entre outras atividades.
O estudo mostra também que a incidência do trabalho infantil aumenta com o avanço da idade. Em 2022, 1,7% das crianças de 5 a 13 anos trabalhavam no Brasil, enquanto no grupo de 14 e 15 anos, a porcentagem era de 7,3%. O número mais que dobrava entre adolescentes de 16 e 17 anos, alcançando 16,3%.
Deste total de crianças e adolescentes que trabalham, 65,1% são de meninos, e 34,9% são de meninas.
Na divisão por raça ou cor, do total de crianças e adolescentes que trabalham, 66,3% são pretos ou pardos, e 33% são brancos.
*Com informações de G1