A família do empresário Rogério Saladino, que matou a tiros a policial civil Milene Bagalho Estevam no último sábado (16/12), divulgou nota nesta terça-feira (19/12), na qual afirma que ele achou que sua casa estava sendo assaltada, e que por isso ele agiu “em legítima defesa”.
O caso aconteceu em frente à mansão de Saladino. A policial Milene e seu parceiro Felipe Wilson estavam na região investigando um roubo recente à casa vizinha e pediram acesso às câmeras de segurança da mansão.
Um funcionário do empresário, Alex Mury, comunicou a presença deles ao dono da casa, e julgando se tratar de um novo assalto, Saladino fez dois disparos para o alto e saiu do imóvel atirando, matando Milene.
Felipe reagiu e atirou contra Saladino e Mury, que também disparou contra os policiais. Os dois homens ainda chegaram a ser socorridos, mas vieram a morrer.
Parte da ação foi gravada em vídeo por câmera de segurança. Veja abaixo:
A nota da família do empresário diz:
“Alarmado com o fato de que a residência do seu vizinho havia sido assaltada no dia anterior, Rogério, supondo situação de legítima defesa, desferiu dois tiros para o alto, abriu o portão da garagem, e desferiu o tiro que veio a vitimar fatalmente a policial Milene”.
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O comunicado ainda completa:
“Nem Rogério e nem Alex eram conhecidos como pessoas violentas, pelo contrário”.
A família ainda cobrou que a Secretaria da Segurança Pública “reveja seus controles” para evitar que episódios como esse se repitam.
Leia a nota na íntegra abaixo:
“A família do empresário Rogério Saladino vem a público prestar alguns esclarecimentos relativos à trágica ocorrência de sábado,16, que lamentavelmente, ceifou a vida da policial Milene Estevam, do colaborador Alex James e do próprio Rogério.
Como já foi amplamente divulgado, no dia dos fatos , Rogério recebia seis amigos em sua residência para um pequeno almoço de confraternização. Determinado momento, por volta das 18h30, Rogério foi alertado por um de seus colaboradores que tudo indicava que estavam sendo alvo de um assalto.
Alarmado com o fato de que a residência do seu vizinho havia sido assaltada no dia anterior, Rogério, supondo situação de legítima defesa, desferiu dois tiros para o alto, abriu o portão da garagem, e desferiu o tiro que veio a vitimar fatalmente a policial Milene. Na sequência, o próprio Rogério foi atingido e caiu no interior da garagem. Em seguida, segundo relatos, o colaborador Alex, também em situação de possível legítima defesa, se apropriou da arma que se encontrava no chão com intuito de defender Rogério, os amigos que se encontravam no interior da casa e sua própria vida; porém, acabou sendo ele próprio o alvo de outros disparos efetuados pelo policial que acompanhava Milene na operação, culminando com a morte de ambos.
O medo de assaltos instaurado na região tampouco é novidade. O funcionário Alex tinha suas razões para imaginar que seria mais um caso. Rogério acreditou que seria ele a nova vítima do roubo e procurou proteger a si mesmo e seus convidados, mesmo diante do perigo que estaria por vir.
Nem Rogério e nem Alex eram conhecidos como pessoas violentas, pelo contrário. As ocorrências pretéritas noticiadas não esclarecem os casos como deveriam. Uma se refere a um atropelamento ocorrido há mais de 25 anos, no qual Rogério prestou imediato socorro à vítima e assistência à família; a outra, um suposto crime ambiental solucionado por meio de um ajuste de conduta com a justiça do município de Natividade da Serra, interior de São Paulo.
Rogério sempre foi um empresário respeitado na área de medicina de diagnóstico, um grande empregador admirado por todos seus colaboradores, fornecedores e clientes.
De boa-fé, acreditamos que as circunstâncias não foram favoráveis a nenhum dos envolvidos. Esperamos, com a mesma sinceridade, que a Secretaria de Segurança Publica possa avaliar com costumeiro cuidado e diligência o caso, revendo seus controles para que episódios tão lamentáveis como este, que acabaram por vitimar pessoas do bem, não se repitam. Fica nosso luto por Milene, Alex e Rogério.
A policial civil Milene atuava na corporação havia sete anos e deixa uma filha de cinco anos.
*Com informações do Metrópoles