A primeira-dama, Janja Lula da Silva, afirmou nesta terça-feira (19/12) que considera que é preciso regulamentar a atuação das empresas de redes sociais para evitar a perpetuação de crimes e casos de assédio. Na semana passada, o X, antigo Twitter, da primeira-dama foi invadido por um ataque hacker, que foi tomado por ofensas a Janja e outras autoridades.
Segundo ela, o pedido para suspender a conta levou uma hora e meia para ser atendido. Na transmissão desta terça, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no programa “Conversas com o Presidente”, Janja disse:
“Eu fico imaginando: eu que sou uma pessoa pública, foi tão difícil que o Twitter derrubasse, congelasse minha conta. Uma hora e meia. Por uma hora e meia, o ‘seu’ Elon Musk ficou muito mais milionário com aquele ataque.
A gente precisa não só de regularização das redes, mas a gente precisa discutir monetização dessas redes sociais. Porque hoje, não importa se é do bem ou do mal, eles ganhando dinheiro, tudo bem. As redes sociais, hoje elas estão acima de qualquer coisa. Acima de regras, acima do famoso mercado, estão lá flanando”.
Janja também confirmou que pretende processar as plataformas em que foi hackeada, sem citar o nome específico de alguma.
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O presidente Lula também comentou o caso e não mediu palavras: o Brasil precisa de uma “regulação séria” sobre crimes cometidos pelas redes sociais. Lula disse:
“Eu às vezes fico muito p*** da vida. Estou falando a palavra p*** de verdade. Eu fico p*** da vida com as pessoas que atacam ela pela internet. Eu fico p*** porque eu nunca falei da mulher de um presidente, da mulher de um deputado, da mulher de um vereador. Eu acho que é uma canalhice a pessoa que faz isso. Eu fico p*** por ela.
Um dos moleques que hackearam ela e ficaram uma hora e meia brincando com as informações dela é um moleque de 17 anos. Certamente está dentro de casa sentado, o pai e mãe acham que é um santinho. ‘Nossa, como meu filho é bonzinho, é educado, não sai da frente do computador’. Mas não sabe o que o filho tá fazendo.
A violência contra meninas é uma coisa absurda. O abuso de fotografias, de filmes de meninas, manipulação de imagens. É criminoso, não dá pra não tratar isso como uma coisa criminosa. Tem menina se cortando, gente se matando, se violentando. Então, vamos ter que fazer uma regulação séria, não só para um país, para o mundo”.
Há alguns dias, um adolescente de 17 anos residente em Brasília afirmou à Polícia Federal que foi o autor da invasão da conta da primeira-dama. O depoimento dele não serve de prova isoladamente, mas será considerado no conjunto geral da investigação sobre o caso, que ainda está em andamento.
*Com informações de G1