O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou nesta segunda, 18/12, o afastamento do cargo, por tempo indeterminado, da deputada estadual Lúcia Helena Pinto de Barros, a Lucinha, do PSD. A Polícia Federal também realiza buscas em endereços ligados à deputada, na Operação Batismo.
De acordo com investigação policial, a deputada é considerada o braço político da milícia de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, uma das mais poderosas e violentas do Rio e com forte atuação na região populosa de Campo Grande e Santa Cruz, na Zona Oeste da capital fluminense. Ela inclusive seria chamada de “madrinha” pelos membros da milícia.
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A Justiça expediu oito mandados de busca e apreensão contra a deputada. Entre os endereços estão o gabinete de Lucinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro do Rio, e na casa dela, em Campo Grande. Ariane de Afonso Lima, uma das suas funcionárias, também é alvo de buscas hoje.
A ação desta segunda-feira é um desdobramento da Operação Dinastia, deflagrada em agosto deste ano para tentar prender Zinho e 22 comparsas. Oito foram presos. Através de quebras de sigilos telefônicos e telemáticos de suspeitos, foi revelado o envolvimento da deputada e da sua assessora com a cúpula da milícia de Zinho. As investigações apontam que Lucinha teria cometido os seguintes delitos:
- suspeita de interferência na segurança pública do Rio para a soltura de milicianos presos em flagrante;
- tentou efetivar uma mudança no comando do batalhão da PM em Santa Cruz, área sob domínio do Zinho;
- teria vazado de informações sobre operações policiais para captura de milicianos;
- suspeita de atuação política para favorecer o transporte público de vans sob comando da milícia, na Zona Oeste.
Em outubro deste ano, a deputada inclusive acabou sendo abordada por criminosos em fuga e levada em um carro da Alerj de um sítio, onde participava de uma festa de aniversário, para a comunidade Vila Kennedy. Ela não foi ferida.
Até a publicação desta matéria, a deputada ainda não tinha se pronunciado sobre a operação.
*Com informações de G1