O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu um encontro com presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes de desembarcar em Buenos Aires para participar da posse do presidente argentino Javier Milei, no sábado (9/12).
O encontro foi solicitado na quinta-feira (7/12), mas o governo brasileiro recusou. Segundo auxiliares de Lula, por dificuldade de encaixe das agendas. Mesmo sem o encontro, o voo de Zelensky fez escala no Brasil antes de seguir para a Argentina.
No Palácio do Planalto, houve estranhamento com a sondagem feita pelos ucranianos. O pedido de encontro chegou muito perto da data proposta, com sugestão de ocorrer em um sábado à noite e na base aérea de Brasília.
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Todo o formato, na avaliação de assessores presidenciais, foi inadequado para o protocolo entre chefes de Estado. Segundo interlocutores, a proposta veio muito em cima, com local e horários pouco viáveis para um encontro desse porte.
“É muito raro esse tipo de encontro em base aérea, sem preparação e sem antecedência”, diz um diplomata a par do assunto.
No pedido de Zelensky, não foi detalhado sobre o que gostaria de falar com Lula, mas presume-se que quisesse discutir a conjuntura da guerra na Ucrânia.
A secretária para Assuntos de Europa e América do Norte do Itamaraty, embaixadora Maria Luísa Escorel, foi deslocada pelo governo e chegou a se encontrar com o presidente ucraniano na base aérea de Brasília.
Segundo a coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo, a agenda do presidente Lula não tinha compromissos oficiais no sábado à noite, enquanto Zelensky estava em solo brasileiro.
Encontro com Zelensky
Os dois presidentes já tiveram um encontro em setembro em Nova York, onde estavam para a Assembleia-Geral da ONU, depois de Lula ter colecionado polêmicas em torno de suas declarações sobre a guerra na Ucrânia – ora sugerindo que os dois países têm responsabilidade na guerra, ora afirmando que Ucrânia e EUA compartilhavam a responsabilidade pela escalada do conflito.
Na ocasião, ele amenizou o discurso e se propôs a trabalhar por uma solução para o conflito. Depois disso, se distanciou da questão ucraniana.
Na Argentina, Milei recebeu Zelensky na Casa Rosada e deu para o ucraniano um chanukiá – candelabro que é um dos símbolos do judaísmo.
*com informações do jornal O Globo.