Nesta sexta-feira (1º/12), mais um evento sísmico foi registrado na área explorada pela mineradora Braskem, em Maceió. Com magnitude 0,39 e ocorrendo a 330 metros de profundidade, o tremor, não perceptível pelos humanos, foi documentado pela Defesa Civil local.
Entre os dias 19 e 24 de novembro, um total de 1011 eventos sísmicos foram detectados no mesmo local. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Regional, além da quantidade elevada de abalos, foi observada que a profundidade dos sismos se tornava mais rasa, indicando uma possível movimentação em direção a superfície.
“Três sensores instalados na região do antigo campo do CSA, continuam apresentando alertas de movimentação. O sensor da cavidade 18 foi o que apresentou o valor mais expressivo. Este, nas últimas 24h, registrou aproximadamente 11,4cm com velocidade média de movimentação vertical subsidência de 1cm/h”, informou.
No bairro Mutange, na região do antigo campo do CSA, a área da mina nº 18 enfrenta um risco iminente de colapso. Desde 21 de novembro até às 17h15 desta sexta-feira, o deslocamento vertical acumulado atinge 1,43 m. A Defesa Civil alerta para a possibilidade de uma cratera se formar nesse local crítico.
Nesta sexta-feira foi realizada reunião com uma equipe da Defesa Civil Nacional, que está no local desde quinta-feira (30/11). O Governo Federal reconheceu em uma edição extra do Diário Oficial a situação de emergência na cidade de Maceió.
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Os bairros de Mutange, Pinheiro e Bebedouro, mais afetados pelos tremores, encontram-se isolados, com realocação dos moradores. A Defesa Civil Nacional relata uma movimentação em Mutange, atingindo 50 cm nas últimas 24 horas, em comparação com a média anual anterior de 18 cm. A área apresenta também trincas e rachaduras no solo, evidenciando uma evolução preocupante.
A Defesa permanece em alerta máximo devido ao afundamento do solo causado pela mineração. Na noite de quinta-feira, orientou a evitar a circulação de pessoas e embarcações na lagoa próxima à área desocupada.