O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, cassou a aposentadoria do delegado da Polícia Federal (PF) Daniel Leite Brandão, nesta quinta-feira (30/11), preso por integrar quadrilha que manipulou mais de 400 inquéritos em troca de propina.
Brandão havia sido condenado por improbidade administrativa a pagamento de multa e perda de cargo público. A defesa do ex-delegado recorreu à sentença, mas teve seu recurso negado pela 11ª Vara Federal do Rio de Janeiro.
As investigações da Polícia Federal (PF), na Operação Cerol, concluíram que uma quadrilha interferia em inquéritos envolvendo quantias milionárias da Previdência Social e do Tesouro Nacional.
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O grupo trabalhava para redirecionar inquéritos sobre não recolhimento de contribuições previdenciárias por empresas. Esses processos passavam a ser controlados por outros delegados envolvidos nos desvios.
O então delegado Brandão, que chefiava o Núcleo de Operações e respondia interinamente pela chefia da Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários da PF no Rio de Janeiro determinou aos seus subordinados que consultassem de forma irregular o banco de dados de 300 pessoas, cujos dados foram vendidos a empresários ligados ao esquema.
A partir daí, policiais, advogados e funcionários do INSS que integravam a quadrilha passavam a exigir dinheiro para deixar de investigar as empresas suspeitas de fraudes à Previdência e sonegação de impostos.
O esquema
De acordo com as informações da Justiça Federal, os acusados passavam a fazer “acertos” com os investigados, através As investigações eram propositalmente falhas, as diligências atrasavam o processo as apurações do fato eram deficientes ou pedidos de arquivamento eram feitos em favor de advogados e empresários.
Além de Brandão, outros cinco delegados da PF, dois deles superintendentes regionais, foram presos em 2006, durante a Operação Cerol, por envolvimento no esquema de propina. No total, 17 pessoas, sendo 11 agentes da PF, foram presas por participarem da quadrilha.
*com informações Metrópoles