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“Aos 12 anos fui vendida por R$ 43 ao meu marido”, diz jovem

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Uma em cada cinco meninas em todo o mundo se casa antes dos 18 anos, mesmo em países que possuem leis contra o casamento infantil, que por vezes não conseguem aplicá-las.

Em Maláui, no Sudeste da África, sempre aconteceram muitos desses casos, porém, há pequenos sinais de que a mudança para acabar com isso está acontecendo. Um exemplo é a história de uma jovem que preferiu não se identificar, vítima do casamento infantil aos 12 anos.

A menina, hoje com 13 anos, estava grávida de 9 meses, quando foi abandonada por “seu marido”, um homem de um pouco mais de 20 anos. Ele partiu antes de os assistentes sociais chegarem após a denúncia de uma ONG, e deixou a menina sozinha, dormindo no chão da pequena cabana da sua tia por vários meses.

A família da jovem vem da extrema pobreza de uma cidade rural do sul da Maláui. Após a invasão na Ucrânia (aliado comercial), a pressão econômica no país fez com que fosse interrompido o fornecimento de trigo e fertilizantes, devido aos preços.

Os pais da adolescente morreram e ela foi acolhida por sua vó. Depois de um mês, após a menina voltar da escola, a vó compartilhou a novidade de que a jovem iria casar.

“Ela me disse que eu precisava me casar, que ela já havia recebido um dinheiro de um homem”. Disse a menor de idade.


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Jovem continuou a trabalhar no campo quando estava grávida de nove meses

O homem com quem Tamara casou, pagou 15.000 kwachas malauianos por ela — cerca de R$ 43. O dinheiro foi gasto com milho.

“A vida era difícil porque o homem era mais velho”, diz.

“Ele costumava abusar de mim fisicamente, me morder toda vez que fazia algo errado”, concluiu a jovem.

A adolescente deu à luz um menino saudável em um parto normal. Uma pequena ONG do Maláui com sede na cidade de Blantyre, chamada People Serving Girls At Risk, pagou um homem com uma bicicleta para levá-la até à clínica de saúde local quando ela entrasse em trabalho de parto.

O casamento infantil é ilegal no Maláui desde 2017, mas é culturalmente aceito e ainda acontece em comunidades rurais como a de Tamara, onde vive cerca de 85% da população do país. Mais de 40% das meninas do país se casam com menos de 18 anos

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