Após a divulgação, pelo jornalista Ronaldo Tiradentes no programa Manhã de Notícias, de que Manaus correria sério risco de ficar às escuras em até 60 dias devido a uma crise na concessionária Amazonas Energia, a empresa se manifestou nesta quarta, 29, reafirmando os investimentos no estado.
Tiradentes afirmou que a crise financeira enfrentada pela empresa e que fez com que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidisse recomendar ao Ministério de Minas e Energia a abertura de um processo de caducidade da concessão da distribuidora, poderia deixar a capital amazonense desabastecida nos próximos dois meses.
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Em resposta, a Amazonas Energia informou que as informações divulgadas pelo jornalista “não condizem com a atual situação de gestão e investimentos realizado ao longo desses anos, com obras de melhorias no setor elétrico do Estado”. Segundo a empresa, desde a assinatura do contrato de concessão, já foram investidos cerca de R$ 2.716 bilhões, sendo R$ 2.225 bilhões em obras de expansão e melhorias, e o restante no saneamento da empresa para a redução de custos operacionais.
A concessionária também listou os municípios do estado a serem contemplados pelo programa Luz Para Todos em 2024, com kit de energia solar: Atalaia do Norte, Barcelos, Beruri, Carauari, Eirunepé, Envira, Guajará, Ipixuna, Itamarati, Juruá, Lábrea. Nhamundá, Novo Airão, Pauini, Santa Isabel do Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira e Tapauá.
No ano de 2022, foram gastos cerca de R$ 94 milhões com ações de manutenções, segundo a concessionária. Já para 2023, a previsão final é de que terão sido gastos cerca de R$ 128 milhões, aumento de 36% em relação ao ano anterior.
A empresa também informou que, em 2023, a Amazonas Energia mantém todos os seus indicadores de continuidade regulados (DEC e FEC) dentro dos limites estabelecidos pelo órgão regulador (Aneel).
No último dia 22, foi divulgado que a Aneel negou o pedido de transferência de controle da distribuidora Amazonas Energia. A concessionária tinha pleiteado que a empresa Green Energy Soluções em Energia, sediada no Rio de Janeiro, para tocar a concessão, mas segundo a Aneel a liquidez de ativos e a capacidade técnica da Green Energy não pôde ser verificada.
Além disso, o relatório final da Aneel recomendou a caducidade da concessão da Amazonas Energia, e apontou que a empresa de energia estaria apresentando receita líquida negativa e uma dívida “crescente” de R$ 9,6 bilhões – R$ 6 bilhões junto à Eletrobrás – considerada “em patamar insustentável”.