Um pedido de impeachment do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi assinado por 41 deputados e será protocolado na Câmara dos Deputados. O pedido é encabeçado pelo deputado bolsonarista Rodrigo Valadares (União Brasil-SE).
O pedido de impeachment se deve à revelação, feita na quarta, 15/11, de que foi o Ministério dos Direitos Humanos que custeou a passagem e hospedagem para Luciane Farias, nomeada pelo site Estadão como “Dama do Tráfico” do Amazonas, quando ela foi à Brasília em março último para participar de agendas do governo federal.
Luciane é esposa de Clemilson Farias, conhecido como “Tio Patinhas”, e um dos líderes no Amazonas da facção criminosa Comando Vermelho. Ele está cumprindo pena em presídio em Tefé (AM).
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Os parlamentares sustentam que há legitimidade para a abertura do processo de impeachment, uma vez que um dos artigos para crime de responsabilidade é “proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”.
O Ministério dos Direitos Humanos emitiu comunicado sobre a visita, no qual afirma:
“O custeio de passagens e diárias foi realizado com recursos de rubrica orçamentária destinado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania ao Comitê, que observou as indicações dos comitês estaduais para a participação no encontro.
Nem o ministro nem a secretária nem qualquer pessoa do gabinete do ministro teve contato com a indicada ou mesmo interferiu na organização do evento que, insistimos, contou com mais de 70 pessoas do Brasil todo e que franqueou aos comitês estaduais a livre indicação de seus representantes”.
Entrevista à Onda digital
Nesta quarta, Luciane Farias deu uma entrevista exclusiva à Onda Digital no Programa Meio dia com Jeferson Coronel, onde falou sobre a polêmica e negou ser da Dama do tráfico – confira o programa na integra aqui.
“Eu não sou a dama do tráfico. Essa alcunha me foi imputada por jornais de SP e tem me causado extremo constrangimento. O fato de ser casada com pessoa que cumpre pena no sistema prisional não faz de mim dama do tráfico. Estão me usando para a atacar o governo e não compactuo com isso”.