O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, negou nesta quinta (9) um pedido do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para voltar a exercer uma função administrativa do Exército e retirar a tornozeleira eletrônica.
Em uma petição enviada para Moraes, a defesa de Cid argumentou ao STF que o retorno às funções administrativas do Exército não colocaria em risco o andamento das investigações. Sobre o uso da tornozeleira eletrônica, foi dito que o tenente-coronel tem colaborado com a Justiça e que a medida não seria mais necessária.
Além disso, a defesa de Cid teme que o Exército suspenda o pagamento do seu salário de R$ 27 mil, afirmando que tal situação o deixaria em “situação de extrema dificuldade financeira”.
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No entanto, Moraes, em sua decisão, afirmou que as medidas cautelares “se mostravam, e ainda revelam-se, necessárias e adequadas” pelo fato das investigações que envolvem o entorno do ex-presidente ainda estarem em aberto.
Delação
Cid foi preso em 3 de maio deste ano, por suspeita de envolvimento em falsificação de dados de vacinação do ex-presidente Bolsonaro e pessoas do seu entorno. Desde então, ele se tornou figura-chave na investigação envolvendo joias e presentes recebidos pela presidência, que teriam sido vendidos ilegalmente durante a administração Bolsonaro. Cid teve sua delação premiada homologada por Moraes e foi libertado em 9 de setembro.
Em sua delação, Mauro Cid teria fornecido à Polícia Federal informações sobre a venda ilegal das joias sauditas, a fraude nos cartões de vacina no sistema do Ministério da Saúde, a tentativa de golpe de Estado após a divulgação dos resultados das eleições do ano passado e o funcionamento do “gabinete do ódio”.
O ex-ajudante de ordens da presidência ainda cumpre medidas cautelares e mesmo afastado das Forças Armadas, o tenente-coronel segue recebendo um salário de R$ 27 mil.
