Depois de visitar a passagem de Rafah, na fronteira entre Gaza e Egito, o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Volker Türk, fez várias declarações apontando que tanto o grupo radical islâmico Hamas quanto Israel cometeram crimes de guerra desde o início do conflito, em 7 de outubro.
“As atrocidades perpetradas por grupos armados palestinos em 7 de outubro foram hediondas, brutais e chocantes. Foram crimes de guerra, assim como a manutenção contínua de reféns. A punição coletiva de civis palestinos por parte de Israel constitui, também, um crime de guerra, tal como a evacuação forçada e ilegal de civis”, disse Türk.
O representante da ONU enfatizou que ambos devem considerar a prioridade em cessar-fogo. Segundo ele, com base em três imperativos dos Direitos Humanos: a entrega de ajuda a Gaza, a libertação de reféns pelo Hamas e a implementação de “um fim duradouro à ocupação, baseado nos direitos dos palestinos e dos israelenses à autodeterminação e aos seus legítimos interesses de segurança”.
“Mesmo no contexto de uma ocupação de 56 anos, a situação atual é a mais perigosa em décadas, enfrentada pelas pessoas em Gaza, em Israel, na Cisjordânia, mas também a nível regional”, acrescentou.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) resistiram às acusações de crimes de guerra, dizendo que os seus ataques contra alvos do Hamas seguiam o Direito Internacional e procuravam minimizar as vítimas civis.
“Os ataques das FDI a alvos militares estão sujeitos às disposições relevantes do Direito Internacional, incluindo a tomada de precauções viáveis e após uma avaliação de que os danos incidentais esperados a civis e propriedades civis não são excessivos em relação à vantagem militar esperada do ataque”.
Em um outro comunicado, Türk fez comentários sobre a passagem de Rafah, na fronteira Gaza e Egito, aberta para permitir a entrada limitada de ajuda e a saída de cidadãos estrangeiros e palestinos gravemente feridos de Gaza.
sobre a travessia, ele disse que Rafah é uma “tábua de salvação” simbólica para mais de 2 milhões de pessoas em Gaza e apelou à entrega de mais ajuda, dizendo que a passagem tem sido injusta e escandalosamente “tênue”.
“Em Rafah testemunhei as portas de um pesadelo vivo. Um pesadelo onde as pessoas têm sido sufocadas, sob bombardeamentos persistentes, lamentando as suas famílias, lutando por água, por comida, por eletricidade e combustível.”
*com informações CNN Brasil