Páginas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocaram um boicote ao filme “Ó Paí, Ó 2”, dirigido por Lázaro Ramos, devido ao apoio manifestado pelo artista a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. A hashtag #BoicoteLazaroRamos foi parar na lista de assuntos mais comentados no X, antigo Twitter, neste sábado (4).
O termo foi impulsionado pelo youtuber Enzo Momenti, o Enzuh, candidato a deputado estadual em São Paulo pelo Pros. Em um vídeo publicado na sexta, ele dizia que gostou muito do primeiro filme, mas que não poderá assistir o segundo.
“Eu assisti Ó Paí, Ó 1 e adorei. Ri muito, Lázaro é divertidíssimo. Mas pra que se envolver com o Dilmo? Agora não vou poder assistir a continuação, vou boicotar. A culpa é toda sua. É mais um que lacrou um monte e agora quer seu dinheiro capitalista para o filminho dele”, disse em um vídeo visto mais de 76 mil vezes. O trecho também foi distribuído em outras redes sociais.
No X, uma das publicações com mais repercussão nas redes da direita diz que não dará audiência a quem “induziu eleitores a colocar um corrupto condenado em três instâncias na presidência”.
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O ator ironizou a ação. Na noite de sexta, publicou uma imagem de um desenho animado rindo. O personagem Muttley, de Corrida Maluca, era aliado do vilão, Dick Vigarista, mas costumava rir quando o amigo se dava mal com trapaças.
“Poxa, eu tinha esquecido a data, até coloquei na agenda. Pessoal foi muito bacana no boicote”, diz um post em resposta a Lázaro Ramos.
Na campanha eleitoral de 2022, o ator global anunciou apoio a Lula para “combater todo o desamor que se instalou”. Vários atores e cantores progressistas fizeram o mesmo gesto e pediram votos para o petista.
O nome do filme “Ó Paí, ó” adapta uma gíria baiana para a expressão “olhe para aí”. A primeira edição do filme conta a história de um cortiço no centro histórico de Salvador em que os moradores antagonizam com a síndica do prédio, uma mulher religiosa que se incomoda com o estilo festivo dos moradores.
A segunda edição do filme, alvo do boicote virtual no último sábado (4), visita os mesmos personagens e histórias 15 anos mais tarde. A história gira em torno de uma luta deles para manter a identidade cultural.
*com informações do Correio Braziliense