Na noite de segunda-feira (30), o ex-senador por Roraima, Telmário Mota, foi preso em Goiás ser considerado foragido. Ele enfrenta acusações de ser o suposto mentor do assassinato de Antônia Araújo de Sousa, uma mulher de 52 anos e mãe de sua filha de 18 anos, que o acusou de estupro pouco antes das eleições de 2022.
Durante o dia, a Polícia Civil de Roraima prendeu Leandro Luz da Conceição, o indivíduo suspeito de efetuar o disparo que resultou na morte de Antônia, e impôs medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, à assessora de Telmário, Cleidiane Gomes da Costa.
Até agora, o sobrinho do político, Harrison Nei Correa Mota, conhecido como “Ney Mentira” e apontado como a pessoa responsável pela logística e planejamento do crime, permanece foragido.
Em uma coletiva de imprensa realizada mais cedo, a Polícia Civil de Roraima revelou que a assessora do ex-senador forneceu informações que apoiaram as investigações e confirmou a ligação entre Mota e o crime.
De acordo com o delegado chefe das investigações, João Evangelista, a motivação do crime pode estar relacionada à relação conturbada entre Antônia e Telmário desde que a filha o denunciou em agosto de 2022. A mãe da adolescente foi assassinada em 29 de setembro, três dias antes de testemunhar no processo.
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Evangelista explicou que a fazenda Caçada Real, de propriedade do ex-senador, foi o local onde os executores se prepararam previamente, realizando reuniões e treinamentos antes de cometer o crime. O nome do local inclusive inspirou o nome da operação da Polícia Civil para prender o suspeito do mandante do crime.
“Esse crime foi planejado, orquestrado, premeditado. Os indícios apontam que o ex-senador foi o mandante do crime, que as reuniões e o autor do disparo fez os treinamentos para uso da arma na fazenda de Telmário”, disse o delegado
A polícia ainda investiga de quem seria a arma de fogo utilizada no crime e o calibre da arma, que pode ser uma nove milímetros ou 380. A pistola não foi localizada ainda.
No dia 19 de outubro, Mota gravou um vídeo em que dizia acompanhar rumores de que seria alvo de operação da Polícia Civil de Roraima para prendê-lo. O ex-senador prossegue negando envolvimento com o crime. “Eu não matei a Antônia, não mandei matar, não sei quem matou e não sei se alguém mandou matar. Cabe a Polícia descobrir, a nossa Polícia Civil tem excelente quadro humano, porém, tá desaparelhada”, disse.