O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) iniciou agenda de encontros em Goiânia (GO), nesta sexta-feira (27). Pela manhã participou da 48ª Assembleia Geral Extraordinária da Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil (Conamad) e atacou novamente STF, TSE, Lula e PT.
A ida de Bolsonaro a Goiânia ocorre um dia após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começar o julgamento do ex-presidente por abuso de poder em eventos do dia 7 de setembro do ano passado. Mas ele já foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em outra ação, que levou a Corte a declará-lo inelegível por oito anos, até 2030.
Durante o evento, atacou prisões, julgamentos e condenações de pessoas que participaram dos atos golpistas de 8 de janeiro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro participou também do 1º Congresso de Discussão dos Problemas Brasileiros, promovido pelo Instituto Harpia Brasil. O instituto é uma organização conservadora criada pelo ex-deputado federal major Vitor Hugo (PL-GO).
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Também teceu críticas à proposta da reforma tributária em tramitação no Senado. O texto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, com 328 votos favoráveis, em julho. O “argumento” utilizado por Bolsonaro para atacar o projeto envolveu unicamente a participação do PT na discussão.
O ex-chefe do Executivo não poupou novos ataques ao sistema eleitoral, especialmente às urnas, ao presidente Luís Inácio Lula da Silva e a seus ministros, principalmente Fernando Haddad e Flávio Dino.
“Tudo que vem do PT você tem que desconfiar. Só tem incompetente e bandido. Pode esperar o que dessa turma?”, declarou. “Se não conseguiu entender, é do PT, vote não. PT encaminha “não”, vote sim. A chance de você errar é zero.”
Apesar da alegação do ex-capitão, a proposta de emenda à Constituição da reforma tributária não “veio do PT”. Na Câmara, a PEC foi apresentada em 2019 por Baleia Rossi, do MDB, e teve a relatoria de Aguinaldo Ribeiro, do PP.
No Senado, o relator é Eduardo Braga, do MDB.