Na segunda-feira, 24 de outubro, no Rio de Janeiro, ocorreram atos de incêndio em pelo menos 35 ônibus e um trem, como resultado da morte de Matheus da Silva Rezende, um miliciano conhecido como “Faustão,” “Teteu,” ou “Senhor da guerra.” Sua morte aconteceu durante uma operação da Polícia Civil na comunidade Três Pontes, na zona oeste da cidade.
Foi a morte de Faustão que desencadeou esses ataques na cidade do Rio de Janeiro. Ele e outros milicianos da quadrilha de Zinho foram alvos de uma operação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE). Durante um confronto com policiais, ‘Faustão’ foi baleado e socorrido pelos próprios agentes e levado ao Hospital Municipal Pedro II, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Matheus era parente de Luís Antônio da Silva Braga, também conhecido como Zinho, o líder da maior milícia da zona oeste do Rio, chamada de “Bonde do Z” ou “Família Braga.” Zinho assumiu o comando da organização após a morte de seu irmão, Wellington da Silva Braga, apelidado de Ecko, em 2021.
Matheus desempenhava a função de segundo em comando na organização criminosa e era uma figura de confiança de Zinho. Ele tinha responsabilidades que incluíam liderar a guerra entre facções e unir o tráfico de drogas com as milícias na região.
Matheus ocupava uma posição de liderança na organização e estava envolvido em atividades criminosas como extorsão, receptação, corrupção ativa e homicídios. O governador Cláudio Castro (PL) afirmou em uma entrevista coletiva que havia especulações de que Matheus estava sendo preparado para suceder Zinho, e ele elogiou a ação da Polícia.
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Em setembro deste ano, Matheus e outros cinco indivíduos foram acusados pela morte do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, conhecido como Jerominho, e de seu amigo Maurício Raul Atallah, ocorrida em agosto de 2022 em Campo Grande, na zona oeste.
O Ministério Público do Rio de Janeiro alega que Matheus foi um dos atiradores envolvidos no assassinato. O motivo do crime foi a descoberta, por parte de Zinho, de um plano para que Jerominho e seu irmão Natalino José Guimarães retomassem o controle da organização criminosa na zona oeste.
Jerominho foi vereador no Rio de Janeiro de 2000 a 2008 e fundou a milícia privada conhecida como Liga da Justiça, uma organização criminosa envolvida em homicídios e extorsões, devido à cobrança de taxas de segurança de comerciantes e moradores na zona oeste, especialmente no bairro de Campo Grande, de acordo com a denúncia do MPRJ.
Após perder o controle da milícia que ele ajudou a criar devido a um longo período de prisão entre 2007 e 2018, Jerominho planejou retomar o poder na organização criminosa que ele liderava junto com seu irmão Natalino. Na época do crime, a “Liga da Justiça” estava sob o comando da chamada “Tropa do Zinho” ou “Tropa do Zorro.”
Com informações do UOL