Alexandre Nardoni tem redução de pena por ler Carta ao Pai, de Kafka

A Justiça paulista decidiu reduzir 96 dias da pena de Alexandre Nardoni, de 45 anos, por ele ter trabalhado na cadeia e feito uma resenha do livro “Carta ao Pai”, obra póstuma de Franz Kafka (1883-1924).

Em maio de 2023, Nardoni participou do programa de incentivo à leitura, da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), que é uma das formas pelas quais os presos condenados podem tentar reduzir suas penas.

Publicado em livro, a carta que Kafka nunca mandou para o destinatário mostra o sentimento de inferioridade do escritor em relação ao próprio pai e a relação conflituosa entre ambos. Ao analisar o texto, o pai de Isabella Nardoni afirma que “indica a obra” porque retrata a “história de vida dos pais com os filhos”.

“Essa história escrita é o que acontece com diversas famílias no tempo de hoje. As famílias têm os mesmos problemas dentro dos seus lares, faltando diálogo”, escreveu Nardoni.

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Alexandre Nardoni é condenado a 31 anos e um mês de prisão, em regime inicial fechado, por matar Isabella Nardoni de 5 anos, sua própria filha. A menina foi agredida e jogada da janela, no sexto andar de um prédio da zona Norte da capital paulista, em março de 2008.

Pena

Alexandre Nardoni, detido na Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, em Tremembé, onde estão reclusos famosos de São Paulo, solicitou à Justiça a remição de quatro dias de sua pena por meio da leitura.

A juíza Marcia Beringhs Domingues de Castro, da 2ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), concedeu essa solicitação em uma decisão datada de 25 de setembro.

“O sentenciado permaneceu com o livro ‘Carta ao Pai’, de autoria de Franz Kafka, pelo período de 26 dias, tendo apresentado a respectiva resenha, que foi considerada fidedigna pela equipe responsável”, registrou.

Além disso, a juíza também reconheceu a redução de 92 dias da pena de Alexandre Nardoni referente ao período de 1º de maio de 2022 a 31 de julho de 2023, durante o qual ele desempenhou atividades na prisão. Conforme a legislação, a cada três dias de trabalho, o detento tem o direito de abater um dia de sua pena.

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