A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), confirmou que recebeu autorização do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para uso de proteção policial depois que recebeu ameaças de agressão e morte, inclusive à familiares, por meio das redes sociais.
Segundo a senadora, as ameaças começaram na última semana, com a proximidade do fim da comissão. O relatório foi entregue na quarta-feira (18). Em seu parecer, a senadora pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mais 60 pessoas.
Ainda de acordo com a parlamentar, os criminosos teriam dito que poderiam surpreendê-la em aeroportos, “dizendo que estão me esperando em aeroportos, que eu não posso mais sair na rua porque vão me atacar”, relatou.
A senadora denunciou as ameaças e afirmou que os ataques são um “retrato” dos envolvidos nos atos extremistas na Praça dos Três Poderes –alvo da investigação da CPMI. “É um retrato de quem veio para cá, de quem tentou destruir esses prédios”, declarou.
“Diante de tudo que eu recebi nesse celular e de ameaças, não há dúvida nenhuma que não podemos subestimar. São pessoas que pelo o que colocam não têm nenhum senso de humanidade”, completou.
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As ameaças foram reunidas pela equipe da senadora em um documento que será enviado à Polícia Federal (PF) e à Advocacia-Geral do Senado para embasar eventuais investigações. A autorização concedida por Pacheco para que Eliziane passe a ser escoltada permite que os policiais a acompanhem em Brasília, no seu Estado (Maranhão) e durante voos.
Eliziane ainda atrelou as ameaças sofridas com os embates tidos com parlamentares de oposição no plenário da CPMI. De acordo com a senadora, os ataques aumentavam na medida em que ela se envolvia em confrontos com os oposicionistas.
“Nenhum dos indiciamentos dessa comissão veio sem o devido levantamento de provas materializadas”, disse Eliziane ao responder a críticas da oposição. “Seja pelo cruzamento de informações e dados, porque nós quebramos os sigilos bancários, telefônicos, telemáticos, fiscais, RIFs (relatórios de inteligência financeira). Nós fizemos uma leitura apurada. Os indiciamentos que estão aqui consignados neste relatório têm respaldo com muita fundamentação”, afirmou.