O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compareceu na tarde desta quarta (18), à Polícia Federal. Ele deveria prestar depoimento no âmbito do inquérito que investiga um grupo de WhatsApp de empresários suspeitos de planejar um golpe de Estado, mas exerceu seu direito de ficar em silêncio.
Em agosto do ano passado, o site Metrópoles divulgou a existência de um grupo de grandes empresários brasileiros que defendia um golpe no país caso o então candidato Lula vencesse as eleições presidenciais.
Em frente à sede da PF em Brasília, Bolsonaro disse a jornalistas que as mensagens que compartilhou com um dos integrantes do grupo vieram “da imprensa”. Ele disse:
“Minha presença aqui hoje foi em função do inquérito que ficou conhecido como [Inquérito] ‘dos Empresários’. Fui incluído depois de vários meses, por causa dessa mensagem que eu havia passado para Meyer Nigri. É um empresário de São Paulo que eu conheço desde antes das eleições de 2018. [Mas] As mensagens que eu passei, grande parte era da própria imprensa”.
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O ex-presidente também disse aos jornalistas que o objetivo do inquérito era o de “censurar” o empresário Luciano Hang, dono da Havan e então apoiador de Bolsonaro. Ele afirmou:
“É mais um fato que mostra, no mínimo, a parcialidade de como foram conduzidas as eleições do ano passado.
Sempre estivemos prontos para colaborar. Agora, o que de importante aconteceu no início deste inquérito? O objetivo foi atingido: tirar de circulação, censurar e calar o senhor Luciano Hang, empresário que tinha 10 milhões de seguidores. Serviu também para inibir outras pessoas que eram simpáticas a mim por ocasião das eleições”.
A PF quis ouvir Bolsonaro após divulgação de mensagem no grupo, enviada a Meyer Nigri, dono da Tecnisa, e que pedia ao empresário que compartilhasse notícias falsas sobre ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e as urnas eletrônicas. Após a divulgação, o próprio Bolsonaro admitiu que enviou a mensagem, que continha a expressão “Repasse ao máximo”.