Andreson Cavalcante (União Brasil), prefeito de Autazes, foi entrevistado nesta sexta, 13, no programa Meio Dia com Jefferson Coronel. Ele falou sobre o problema das queimadas em Autazes, um dos municípios assolados pelas queimadas no estado.
Cavalcante disse:
“Autazes enfrenta a realidade dos incêndios desde 31 de agosto, quando foi decretada situação de emergência ambiental no município. Estamos numa força-tarefa muito grande. Temos 31 autuações de multas por queimadas. Em 29 de setembro, decretamos emergência também pela estiagem. A prefeitura montou um gabinete de gestão de crise, mas no último dia 12 fomos surpreendidos por um volume nunca visto antes de fumaça, tanto na capital quanto em Autazes.
Foi necessário que a prefeitura tomasse medidas pontuais, como a suspensão das aulas e a locação de mais carros-pipa. Eles não resolvem a situação, mas amenizam”.
Veja trecho da entrevista abaixo:
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Ele continuou:
“Hoje discuti com o governador Wilson Lima, que é sempre muito solícito a nós, sobre o envio de aeronaves para ajudar a combater os incêndios. Temos fogo em área de mata fechada, onde não é possível chegar com brigada de incêndio. O governador me informou que o pleito do estado foi aceito, e o ministro Flávio Dino vai mandar brigadistas para ajudar no combate às queimadas, e vários serão enviados a Autazes numa articulação da nossa prefeitura com o Governo do Estado e o Ibama. 40 brigadistas do Ibama também virão na semana que vem”.
O prefeito também comentou sobre a situação social das comunidades do município e como elas são afetadas pelas queimadas. Ele disse:
“Montamos uma operação de guerra para que, nos próximos dias, para levar 500 cestas básicas e água potável para três comunidades. Em poucos dias, só poderemos fazer isso por terra, então vou precisar de tratores.
Hoje temos mais de 200 servidores da prefeitura nessa situação de enfrentamento da seca. Não decretei emergência para fazer compra sem licitação, foi para chamar a atenção de todos os órgãos envolvidos. Não estamos enfrentando o problema de dentro do gabinete, estamos na linha de frente.
Tem muita gente opinando por aí sem conhecer a realidade do caboclo amazonense. Esse ano é atípico, mas essa é a nossa realidade todos os anos.
Todo mundo quer falar da grife Amazônia, mas na hora do problema ninguém encontra esse povo. Temos que cuidar do cidadão ribeirinho que não pode pescar porque tá seco, e do produtor agrícola e do pecuarista que precisam de linha de crédito. Sou defensor do meio ambiente, mas precisamos cuidar também do homem da floresta. Temos que tratar do assunto com mais seriedade. Cadê as organizações internacionais? Os estudiosos da Amazônia? Não pode ser só um palanque para ganhar holofote”.
Veja trechos da entrevista abaixo:
A entrevista completa com o prefeito Andreson Cavalcante pode ser vista aqui.