A Justiça Federal de Tabatinga (AM) concordou com os termos da denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra os acusados pelos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, e decidiu que os três acusados pelos crimes, Amarildo da Costa Oliveira (conhecido como “Pelado”), Oseney da Costa de Oliveira (“Dos Santos”) e Jefferson da Silva Lima (“Pelado da Dinha”), deverão ser julgados pelo tribunal do júri popular.
Os três homens foram denunciados por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A prisão preventiva dos réus também foi mantida pela decisão.
A decisão é assinada pelo juiz federal Weldeson Pereira, da Comarca de Tabatinga (AM).
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Bruno e Dom foram mortos em junho de 2022, na região do Vale do Javari, no Amazonas. As equipes envolvidas nas buscas encontraram os restos mortais de Bruno e Dom 10 dias depois dos assassinatos. Segundo as investigações, a dupla teria sido emboscada devido às suas atividades contra a pesca ilegal na região indígena. Bruno, que era servidor da Funai, inclusive já tinha sido ameaçado. O caso alcançou repercussão mundial.
De acordo com a denúncia oferecida pelo MPF no caso, aceita integralmente pela Justiça, Amarildo e Jefferson confessaram e deram detalhes sobre o crime em seus depoimentos iniciais à polícia e à justiça, o que foi confirmado por testemunhas e provas presentes nos autos. Depois, na fase da oitiva das testemunhas de defesa, em novo interrogatório judicial, os réus permaneceram calados. Já os indícios da participação de Oseney foram comprovados por depoimentos de testemunhas.
Em nota, a defesa dos acusados já informou que vai recorrer, pois segundo os advogados, os réus só poderiam ser levados a júri popular em caso de trânsito em julgado, ou seja, quando todas as possibilidades de recursos se esgotarem.
Ainda não há data marcada para o júri popular.